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Gestitomé: Qualificar o mercado

14 Janeiro, 2021

A Gestitomé é uma referência na zona de Trás-os-Montes para a área da mecatrónica automóvel, adaptando a formação que presta às necessidades reais do mercado.

TEXTO NÁDIA CONCEIÇÃO

Na área da mecatrónica automóvel, a Gestitomé forma jovens desde 2014. Localizada em Mirandela, zona onde há uma grande necessidade de novos técnicos na área automóvel, a Gestitomé destaca-se por ser a única entidade a prestar formação automóvel nesta zona do país, para além do IEFP. “É um desafio constante, porque a Gestitomé surgiu como algo inovador aqui na nossa região. Porque, de Vila Real a Bragança, a única entidade que desenvolvia este tipo de formação era o IEFP, que nos licenciou, verificando as nossas instalações e meios, para o desenvolvimento técnico da mecatrónica”, explica Luísa Tomé, sócia-gerente da Gestitomé e com quase três décadas de experiência na àrea da formação. Certificada pela DGERT para atuar como Centro de Formação e Aprendizagem, a Gestitomé incide a sua oferta formativa de acordo com as necessidades dos jovens, das empresas e da região.

CURSOS
Os cursos de aprendizagem da Gestitomé são pensados para o mercado de trabalho e para motivar os jovens formandos, tendo por isso uma grande componente prática. O curso é de mecatrónica, e, por isso, os jovens também recebem conhecimentos essenciais de mecânica. “O curso de mecatrónica automóvel tem mais de 50% de componente prática, realizado nas empresas. É um curso essencialmente prático. Na minha opinião, esta é a melhor metodologia de formação para os jovens que querem ficar pelo ensino técnico. Porque fazemos uma metodologia diferenciada. Depois de um período de formação teórico/prático, em sala e na oficina, seguem para estágio, intercalando com as aulas. Isto é muito importante, porque o jovem traz dúvidas e problemas que surgiram em contexto de trabalho para que os nossos formadores os ajudem a resolver. E essa é uma grande vantagem”, explica Luisa Tomé, que indica ainda que a taxa de desistência do curso de mecatrónica é reduzida, com cerca de 80% de assidu dade. “E a taxa de empregabilidade deste curso é de 99,9%. Se o jovem tem um bom aproveitamento, acaba por ficar a trabalhar na empresa onde realizou o estágio. Muitas vezes, a meio do percurso, os tutores convidam logo o jovem para ficar a trabalhar. Mas é importante que os alunos terminem a formação, para que saiam para o mercado de trabalho bem qualificados”. Cerca de 60% dos jovens que procuram a Gestitomé pretendem formar-se para dar continuidade a negócios familiares ou criar o seu próprio negócio. “É este o nosso nicho de mercado. Dos 70 jovens que já terminaram este curso, temos sete já a trabalhar por conta própria. Muitos dos nossos ex alunos também emigram, porque o mercado europeu valoriza muito os nossos cursos”.

EQUIPAMENTOS
Com uma oficina equipada de acordo com as necessidades formativas dos alunos, Luisa Tomé adianta que, sendo este um setor que exige cada vez mais investimento e muito conhecimento, “são sempre necessárias novas máquinas, equipamentos e componentes. E temos alguns constrangimentos porque consideramos que estes cursos, que são financiados, têm uma dotação financeira muito escassa. E isso não nos permite acompanhar a evolução do mercado. Ainda assim, a Gestitomé é considerada uma entidade de excelência na formação nesta região, que tem ainda um mercado pouco desenvolvido do setor automóvel”.

FUTURO
A responsável adianta que, neste momento, um dos maiores desafios da escola é atrair os jovens para a área automóvel. “Nesta região é necessária muita qualificação para dinamizar o setor automóvel e acompanhar a evolução tecnológica. Penso que, daqui a 10 anos, a maioria dos profissionais que trabalham hoje no setor já não estarão no ativo e, por isso, o mercado vai precisar cada vez mais de jovens qualificados. Hoje em dia, para trabalhar neste setor, é necessário conhecimento e vontade de adquirir esse conhecimento de forma contínua”. Além deste fator, Luisa Tomé indica que “outro constragimento é o facto de alguns dos nossos tutores, que acompanham os jovens nas empresas onde realizam os estágios, não terem formação ou não estarem recetivos. Temos as portas abertas em todos os espaços oficinais aqui da região, desde o Porto a Bragança, mas é importante que os nossos tutores estejam mais recetivos aos formandos. Um dos nossos objetivos para o ano letivo 2020/2021 é o de ter formações modulares certificadas financiadas, para podermos trazer os tutores à nossa oficina, por forma a prestar ações de formação direccionadas, para que possam acompanhar os alunos com mais qualidade e também para que nos comuniquem as suas necessidades”. Este é um projeto que, segundo Luisa Tomé, envolve uma dinâmica diferente: “é importante termos os equipamentos e materiais que são necessários para formar os profissionais que já estão no mercado de trabalho. Este tipo de formandos precisam de conhecimento científico inovador, assim como máquinas e meios. E também porque já temos, neste momento, o corpo docente suficiente para avançar com este tipo de formações: dois mecânicos e um engenheiro automóvel. Vamos apostar muito nesta divulgação, para cursos em horário pós-laboral”.

Gestitomé
Mirandela
278 261 066
www.gestitome.com

Mecatrónica Automóvel
Duração 3700 horas
Componente prática 1500 em estágio
e 750 na oficina

Artigo publicado na Revista Pós-Venda n.º 58 de julho de 2020. Consulte aqui a edição.

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