Paulo Torres, da Vieira & Freitas revela a forma como a empresa está a preparar o
futuro e as suas expetativas para a recuperação pós-pandemia.
Quais são os fatores / indicadores a ter em atenção na recuperação futura do negócio do aftermarket, na perspetiva do grossista de peças?
O negócio de peças e acessórios para automóveis teve uma queda acentuada, contudo não foi dos mais massacrados pela pandemia, a recuperação deverá ser encarada de forma natural e calma, todo o sector deverá concentrar em manter as contas e o crédito de forma responsável, pois o maior inimigo da natural recuperação será certamente a possibilidade da existência de incobráveis.
Que medidas foram e estão a ser tomadas para se potenciarem as vendas neste momento?
Não é importante potenciar vendas, esse caminho parece-nos errado. A concentração das empresas grossistas deverá ser em serviço e ajudar dentro do possível os seus parceiros.
A digitalização do negócio, através de plataformas B2B (e não só) assume agora uma importância maior na relação com o vosso cliente?
Já era um caminho tomado, possivelmente a adaptação de certos parceiros será maior a este tipo de comunicação, fruto da necessidade de distanciamento social.
Qual a sua opinião sobre o futuro do negócio de peças em Portugal, tendo em conta os efeitos da pandemia? Consideram que se vai assistir nos próximos meses a uma enorme guerra de preços no mercado português?
Esse é o pior caminho, ninguém deve pensar que vai ser com guerra de preços que vai vender mais e ganhar mais, as margens já estavam esmagadas, e não é esse o caminho, vender bem é o melhor caminho (vender bem, defina-se por vender a bons parceiros).
Em que ano poderemos atingir os níveis de faturação idênticos aos que o setor demonstrou em 2019?
Em 2021. Na nossa opinião, e se a situação se mantiver sob controle, e se os players não entrarem em pânico, a crise no sector será rapidamente recuperada. Mas se o caminho for na busca de potenciar vendas e guerras de preços conforme perguntas 2 e 4 deste questionário, a recuperação será mais lenta e não será para todos, pois alguns não estarão cá.
Artigo publicado na Revista Pós-Venda n.º 58 de julho de 2020. Consulte aqui a edição.