As instalações das oficinas da Câmara Municipal de Oeiras estão dotadas de tecnologia e de um espaço moderno e preparado para atender às reparações mais urgentes da frota de viaturas ao serviço do Concelho.
TEXTO NÁDIA CONCEIÇÃO
Nas instalações em Vila Fria, Porto Salvo, desde junho de 2017, as oficinas da Câmara Municipal de Oeiras estão completamente equipadas e organizadas para receber os vários tipos de veículos da sua frota, com 350 viaturas e máquinas de grande porte e 500 máquinas de pequeno porte, assistidas por uma equipa de 28 funcionários, entre mecânicos, pintores, bate chapas, torneiros, hidráulicos e eletricistas. “As antigas instalações, no Espargal, eram provisórias. E já era uma ambição antiga criar uma oficina própria e com melhores condições”, explica Pedro Assis Nunes, Chefe da Divisão de Viaturas e Máquinas da Câmara Municipal de Oeiras.
MANUTENÇÃO
Cerca de metade da frota de ligeiros da Câmara Municipal de Oeiras foi adquirida em regime de aluguer operacional. “Temos cerca de 140 viaturas em regime de aluguer operacional, mas os veículos pesados são viaturas próprias da CMO”. Por forma a manter o foco nos pesados, Pedro Assis Nunes optou por estes contratos, que contemplam todos os serviços de manutenção corretiva e preventiva para os ligeiros. “A razão para termos uma parte das viaturas em aluguer operacional é exatamente para conseguirmos dedicar uma parte do tempo de manutenção e reparação às viaturas mais críticas, que são as viaturas pesadas”.
A manutenção da frota de pesados é feita nas oficinas da CMO, ou recorrendo a serviços externos, quando necessário. “Temos contrato de fornecimento contínuo com diversas marcas e fornecedores, preferencialmente representantes oficiais das marcas. Recorremos a eles quando não conseguimos resolver o problema, por questões técnicas, ou porque as viaturas estão em garantia, ou por vezes quando temos um grande número de veículos em oficina e não conseguimos dar resposta, e aí enviamos para os nossos fornecedores. O nosso objetivo é partilhar, mesmo com as oficinas novas; não temos capacidade para fazer a manutenção de todas as viaturas”, explica o responsável.
Nas oficinas da CMO são feitas todo o tipo de intervenções nas viaturas pesadas mais antigas, inclusive a pintura. No caso das viaturas mais recentes, pelo facto de estarem em período de garantia e serem tecnologicamente mais avançadas, há alguns tipos de serviço que Pedro Assis Nunes prefere que sejam realizadas pelos representantes oficiais. “Aqui fazemos intervenção corretiva e preventiva. Mas por vezes há algumas coisas que não temos know-how suficiente para fazer e optamos por não o fazer. O que mandamos fazer fora basicamente são as inspeções de segurança aos equipamentos, enviamos para os representantes oficiais. Ou então manutenção preventiva desses equipamentos”.
PROCESSO
As reparações mais pequenas e mais rápidas, feitas nas oficinas da CMO, passam por um sistema eficiente de receção das viaturas, criação da ordem de trabalhos e todo o processo até à entrega do veículo ao colaborador. As intervenções em oficina própria permitem uma maior rapidez, redução de custos e do tempo de imobilização da viatura. “Estas viaturas trabalham 21 horas por dia, só temos três horas por dia para fazer intervenções, ou então quando avariam. E nessa altura aproveitamos para reparar outros problemas que possam existir. Neste curto espaço de tempo temos de fazer este trabalho todo, se fossemos enviar para fora, não conseguiríamos ter esta capacidade de resposta e rapidez de reparar as pequenas avarias”. Para além das intervenções ao nível de motor e chassis, uma grande parte das reparações feitas nas oficinas da CMO são nos sistemas de compactação ou nas gruas das viaturas de recolha de resíduos. “Por exemplo, algo que acontece muito é partirem-se as correntes nas gruas dos camiões de lixo. Se enviarmos para o exterior, nunca vamos ter a viatura pronta no próprio dia. Aqui conseguimos arranjar em menos de duas horas. E outros serviços rápidos, como mudança de lâmpadas, pastilhas, discos, ou outras reparações pequenas – há coisas que se justifica fazermos aqui”.
ASSISTÊNCIA
A frota da CMO não possui, atualmente, viaturas de assistência. “Temos viaturas que vão à rua fazer desempanagem. Mas não temos um carro-oficina equipado e específico para esse efeito. Ainda não se justifica o investimento. Quando os veículos avariam, a nossa preocupação é chamar a assistência em viagem e trazê-lo para as nossas oficinas, para resolvermos o problema nas nossas instalações”.
PEÇAS
A escolha dos fornecedores de peças é feita através de concursos ou convites por parte da CMO, que tem preferência por representantes oficiais das marcas, mesmo para os veículos mais antigos, “por uma questão de qualidade, pelo serviço e pelo facto de termos veículos em garantia. A tendência é ter o mínimo stock possível, porque se queremos uma peça, conseguimos encomendar e tê-la cá em dois dias. O que não temos em stock, compramos à medida das nossas necessidades. Temos boas condições de aquisição de material, porque compramos em grandes quantidades e por isso escolhemos peças de origem”, explica.
PNEUS
À semelhança das peças, a CMO realiza concursos para aquisição de pneus novos, recauchutados, e para alinhamento e calibragem de rodas. “Temos fornecimento contínuo. Quando precisamos, OFICINAa empresa vem colocar. E ao comprarmos o pneu, está incluída a montagem, o veículo vai lá e é feita a montagem. Com os concursos conseguimos aliviar o número de viaturas na oficina e dedicamo-nos só a ver pressões, apertos, procedimentos mais simples e rápidos. Se houver uma emergência, por exemplo um pneu furado, temos capacidade para fazer a substituição, com o stock que temos na oficina”.
MARCAS
Nos concursos públicos para aquisição de veículos pesados, a CMO define as especificações que pretende, e aqui, Pedro Assis Nunes prefere tentar uniformizar a marca das frotas ao máximo, por forma a diminuir a quantidade de referências de peças necessárias. “Tínhamos uma grande frota Volvo. Na ultima aquisição, de oito camiões há três anos, ganhou a MAN. Este ano vamos comprar mais dois ou quatro, ainda não está decidido”. Com a compra de viaturas novas, a CMO vende ou entrega como retoma algumas das viaturas mais antigas da frota, e faz a reconversão de outras. “Por exemplo, um camião do lixo pode ser reconvertido para a recolha de verdes na rua. Os carros de recolha têm um grande desgaste, então tiramos a caixa compactadora e colocamos uma caixa aberta para fazerem outras funções. E aí temos veículo para mais uns anos”.
FORMAÇÃO
A CMO contempla, nos contratos de aquisição dos veículos, a formação aos seus motoristas e mecânicos. “Após isso, todos os anos damos formação para atualizações, aos nossos mecânicos e eletricistas, essencialmente”, explica Pedro Assis Nunes.
TELEMÁTICA
No que respeita aos veículos mais recentes, com tecnologia telemática, Pedro Nunes Assis explica que este fator facilita o planeamento dos trabalhos: “Quando temos de fazer manutenções, falamos com a marca e eles já sabem o que o veículo precisa, eles próprios avisam-nos quando é necessária uma intervenção”.
A CMO dispõe de software próprio das marcas com quem trabalha, assim como formação para trabalhar com estes sistemas, o que permite que o diagnóstico das viaturas seja feito nas oficinas de Vila Fria, quer a reparação seja depois efetuada nestas instalações, ou no representante da marca.
Artigo publicado na Revista Pós-Venda Pesados n.º14 (Fevereiro/Março 2018). Consulte aqui a edição.