Ana Ramos, Customer Support Director da BMW Group em Portugal aborda o problema da falta de peças originais e a estratégia seguida para ser “combatido” esse problema.
Que efeitos está a ter na vossa atividade a dificuldade de abastecimento de peças junto da marca?
Existem dificuldades pontuais no abastecimento de algumas peças aos nossos Pontos de Serviço, que acreditamos serem transversais ao mercado. É conhecimento geral que a escassez de semicondutores que tem provocado alguns atrasos na produção de viaturas, também impacta a disponibilidade de algumas peças. Face à pandemia que vivemos seria expectável esperar alguns destes efeitos uma vez que ficamos expostos a novas variáveis. Retomar um novo equilíbrio não é imediato e requer medidas que podem demorar um pouco de tempo a produzir os efeitos pretendidos. O nosso sector de atividade, tal como muitos outros, está aos poucos a retomar esse equilíbrio.
Que alternativas foram levadas à prática para compensar essas dificuldades?
As dificuldades foram geridas pela nossa Rede que dispõe de ferramentas para o fazer. Em alguns casos mais específicos, foram inclusivamente apoiados pela Marca, quer ao nível de procura de peças noutros mercados, quer ao nível de oferta de mobilidade para o cliente.
Que tipologia de peças foram mais afetadas por esse problema?
Tal como referido, peças que necessitem de semicondutores foram impactadas. Felizmente, apesar de termos alguns casos, o número de situações não está a ser muito elevado e estamos – ainda que a um ritmo inferior ao desejável para as expectativas dos nossos clientes – a obter as peças que necessitamos.
Poderão os preços das peças aumentar até final do ano e em 2022?
Os preços do óleo foram até ao momento o aumento mais significativo este ano, derivado dos constantes aumentos de preço do crude. Todos os restantes aumentos de preços se têm mantido dentro da normalidade e não antecipamos nenhuma alteração.
Poderão os carros permanecer em média mais tempo em oficina à espera de peças?
Os desafios na maior parte das vezes também podem funcionar como oportunidades e toda a evolução digital deste último ano também permite um contato diferente com o cliente e uma melhor preparação da consulta de serviço. Isto significa que, caso a viatura possa circular, é possível remarcar a vinda à oficina antes da deslocação do cliente por forma a gerir a chegada de uma peça que seja necessária e que pode demorar um pouco mais que o tempo normal. Os pontos de serviço que façam esta gestão não terão médias de tempo em oficina superiores ao que tinham e terão impactos positivos ao nível da satisfação dos nossos clientes.
Existe alguma previsão para este problema deixar de existir e voltar-se à normalidade que existia até finais de 2019?
Retomar equilíbrio requer algum tempo, mas algum desse tempo já decorreu o que permitiu adequar turnos de produção ou mesmo aumentar linhas de produção. É previsível que se comecem a sentir os resultados positivos das medidas que foram implementadas e que nos permitam a todos ganhar uma nova “normalidade”.