Para Luís Aniceto, gerente da S. José Logística de Pneus, um dos maiores grossistas de pneus portugueses, o impacto do Covid-19 “servirá para nos readaptarmos”.

Quais as implicações da pandemia a curto e médio prazo?
A pandemia está a ter implicações a vários níveis, tanto ao nível do negócio, com a redução da procura, como a nível profissional, relativamente à segurança e bem-estar dos nossos colaboradores.

É importante continuarmos a poder garantir o fornecimento aos profissionais do setor, para que estes possam assegurar os serviços mínimos. Sendo a agricultura e produção de bens uma atividade essencial, também aqui é importante continuar a fornecer estes profissionais.

Relativamente aos colaboradores é essencial manter o plano de contingência a funcionar, zelando pela sua saúde e mantendo os postos de trabalho.

Acima de tudo pensamos que esta crise servirá para nos readaptarmos, olharmos para os meios digitais como meios de comunicação principal e, acima de tudo, continuarmos a vender, mesmo com todos os desafios que nos são colocados.

Temos de nos reinventar e continuar a manter a economia a funcionar, mesmo que a um ritmo mais lento.

Que efeitos terá no mercado esta crise?
O mercado vai ressentir-se, pois a circulação reduzida faz com que existam menos pessoas na rua, menos veículos a circular e investimentos suspensos, o que vai fazer todo o negócio abrandar colateralmente. Temos que estar atentos e agir preventivamente!

Que conselhos dá aos players/clientes?
Enquanto for possível, é essencial que as lojas de pneus, peças e oficinas consigam continuar a laborar para assegurar a viabilidade do setor automóvel.

Sabemos que o Estado tem medidas efetivas para ajudar as empresas, mas as medidas poderão ter de ser reavaliadas se esta situação se prolongar muito no tempo. É aconselhável que se recorra aos apoios estatais, que nalguns casos são em condições ímpares, comparadas com as que alguma vez estiveram disponíveis para a tipologia dos nossos clientes.