O Barómetro Automóvel 2020 do Arval Mobility Observatory, desenvolvido pela gestora de frota Arval, procura todos os anos saber as tendências dosetor automóvel nas frotas. Na edição deste ano procurou saber quais as mudanças esperadas num futuro próximo relacionadas com as energias alternativas.
As empresas portuguesas demonstram estar no caminho da sustentabilidade, confirmando a intenção de impulsionar a transição energética das suas frotas, mas sentem a necessidade de ter um apoio especializado, que as ajude nesse caminho. Estas são algumas das conclusões do Barómetro Automóvel 2020 do Arval Mobility Observatory, realizado entre janeiro e março de 2020 a mais de 5000 empresas em 20 países, das quais 300 em Portugal, que visa fornecer informações independentes e precisas sobre as práticas e tendências na mobilidade e gestão de frotas nas empresas e na ótica dos seus gestores.
Entre janeiro e agosto de 2020, como consequência da pandemia, verificou-se uma quebra de 42% no volume de vendas de viaturas ligeiras de passageiros, segundo os dados da Associação do Comércio Automóvel de Portugal. Contudo, a situação pandémica não afetou a tendência do aumento de venda viaturas com energias alternativas – elétricas, híbridas e híbridas plug-in – que, em conjunto, já representam 15,5% do total de viaturas novas de passageiros vendidas em Portugal.
Gonçalo Cruz, responsável pelo Arval Mobility Observatory em Portugal, acrescenta que “Através dos dados do International Council on Clean Transportation, verificamos que, no mesmo período de observação, até agosto, a venda de viaturas de passageiros no mercado europeu caiu 34%, enquanto a quota da venda de viaturas com bateria elétrica cresceu 166% face ao mesmo período de 2019. O cruzamento desta informação com a perspetiva dos gestores nacionais e dos restantes países na Europa torna-se relevante para concluirmos que a transição energética não foi afetada pela pandemia e que esta tendência não dá sinais de perder energia. Mas, esta transição energética nas empresas não é um processo fácil, compreendendo-se a necessidade de apoio sentida pelas empresas.”
A percentagem de venda de viaturas com energias alternativas sobre o total de vendas de viaturas ligeiras de passageiros em Portugal, deverá então crescer mais de metade face a 2019. Esta é uma tendência impensável há poucos anos, por exemplo, em 2016 havia ainda um total domínio dos veículos de combustão interna, motores diesel e gasolina que representavam cerca de 97% do mercado de venda de ligeiros de passageiros.
Crescente integração de energias renováveis nas frotas
Segundo o Barómetro Automóvel 2020, 27% das empresas portuguesas inquiridas tem pelo menos uma viatura com tecnologia alternativa na sua frota, maioritariamente, viaturas híbridas, elétricas ou plug-in, um indicador que subiu mais de 35% face ao ano passado. Contudo, e apesar deste avanço, Portugal continua abaixo da média europeia, onde 34% das empresas já utiliza novas tecnologias nas suas frotas. Mas, por outro lado, a percentagem de empresas portuguesas, que prevê implementar as novas tecnologias nas suas frotas nos próximos três anos, é superior à média europeia (67% em Portugal vs. 62% média europeia), perspetivando-se assim uma transformação significativa nos próximos anos no parque automóvel das empresas.
Entre as empresas que já iniciaram a sua transição energética, o mesmo barómetro destaca o potencial de crescimento do mercado das viaturas com novas tecnologias que merecem preferência dos gestores portugueses, somando a percentagem de empresas que já utilizam, pelo menos uma viatura alternativa, com a percentagem de empresas que pretende incluir novas tecnologias na sua frota, nos próximos 3 anos, atingindo-se um universo de empresas, respetivamente de 50% no caso de veículos plug-in híbridos, 45% em viaturas híbridas e 48% no caso de veículos 100% elétricos.
Ao nível europeu, a utilização das tecnologias alternativas com foco nas principais referências (híbridos, híbridos plug-in e viaturas 100% elétricas) é liderada pelo Reino Unido, Holanda, Bélgica, Noruega e Suécia e o potencial de progressão da transição energética é transversal aos países analisados. Portugal é destaque por ser um dos países com a maior percentagem de empresas com a intenção de implementar novas tecnologias nas suas frotas nos próximos 3 anos.
O Barómetro Automóvel 2020 do Arval Mobility Observatory destaca ainda que 50% dos gestores das empresas nacionais, identifica necessidade de ter um apoio especializado ou consultoria para os apoiar na transição energética da frota da sua empresa. Este indicador é sentido de forma transversal, independentemente da dimensão das empresas, mas mais sensível para as empresas com maior número de colaboradores (58%).