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“Até meados de 2022, haverá efetivamente escassez de mercadoria”, José Saraiva, Rodrigues Tyres

4 Janeiro, 2022

José Saraiva, da Rodrigues Tyres diz nesta entrevista quais são os três grandes desafios que os grossistas de pneus enfrentam em 2022, face às dificuldades com a escassez de oferta dos produtos e à subida dos preços dos pneus.

O custo médio dos pneus de ligeiros (e pesados) vai continuar a aumentar em 2022?
Parece-me evidente que a tendência será ainda de aumento sobretudo no primeiro trimestre embora o maior impacto se vá sentir agora no início do ano. Obviamente que em princípio se sentirá mais em produtos que direta ou indiretamente estejam dependentes de envios da Ásia.

Que efeitos tal situação poderá trazer para o mercado?

O normal seria uma maior disciplina económica e financeira mas infelizmente nem sempre corresponde à realidade. De qualquer forma no último trimestre de 2021 assistimos a uma consciencialização mais forte de que o aumento inevitável dos produtos deverá corresponder a uma maior disciplina na definição dos preços de venda sob pena de a crise ainda ajudar a uma agudização da saúde das empresas do setor.

Face às dificuldades com os transportes (sobretudo marítimos), poderá haver escassez de oferta de pneus em 2022?
Toda a informação que temos recolhido do mercado e mais concretamente dos principais fabricantes é que até meados de 2022, haverá efetivamente escassez de mercadoria. Há categorias de produtos como o pneu de camião por exemplo onde se sentirá mais esse fenómeno mas será praticamente transversal as todas as categorias de produto.

Em que segmento de mercado (desde o ligeiro ao pesado, passando pelo industrial e agrícola) poderá existir maiores dificuldades?
Conforme já referi os pneus da área profissional como os agrícolas e os industriais sentirão essa dificuldade mas o maior impacto será seguramente nos pneus de camião, precisamente porque a capacidade de produção das fábricas da Ásia era primordial e as dificuldades e os custos do transporte marítimo influenciarão definitivamente a falta de mercadoria que se irá obrigatoriamente sentir.

Quais são os maiores desafios para os grossistas de pneus em 2022 (e já agora as oportunidades)?
O maior desafio para a maioria das empresas grossistas em 2022 será com certeza um triplo desafio:
1. Não baixar as margens nem a faturação;
2. Evitar uma deterioração da situação financeira;
3. Saber capitalizar as falhas ou dificuldades dos concorrentes em ganhos reais para cada uma das empresas. Isto só pode ser efetuado pelas empresas que estiverem preparadas para mudanças e adaptações inevitáveis que estes períodos de crise exigem.

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