A terceira conferência “Pensar a Energia” no PACT- Parque do Alentejo de Ciência e Tecnologia, em Évora, trouxe a debate, o tema “A transição energética rumo a uma mobilidade sustentável”. Foi promovido pela ADENE neste mês de setembro.
Nelson Lage, Presidente da ADENE, abriu a conferência junto com Alexandre Varela, Vice-Presidente da Câmara Municipal de Évora, mencionando que “um dos principais tópicos de discussão será a mobilidade urbana, onde a dependência dos veículos particulares continua a ser muito alta. É crucial abordar este problema e encontrar novas formas de descarbonizar o transporte urbano, tornando as nossas cidades mais amigas do ambiente e menos dependentes do automóvel particular.”
Miguel Gaspar, Business Development & Innovation da SIBS foi o primeiro keynote speaker referindo que a “mobilidade atravessa uma fase de compromisso”, dando pistas sobre o que se poderá fazer para uma mobilidade mais sustentável, exemplificando que “44% dos utilizadores dos transportes públicos acreditam que utilizariam mais este meio de transporte se os pagamentos digitais estivessem disponíveis”.
O primeiro painel de debate, com o tema “Mobilidade urbana integrada e digital: uma realidade?”, contou com a participação de Pedro Deus, Administrador-delegado na Rodoviária do Alentejo; Manuel Paulo Teixeira, Administrador-delegado da TIP – Transportes Intermodais do Porto e Alexandre Videira, Administrador na MOBI.E – Mobilidade Elétrica e com a moderação de Hélder Rodrigues, Coordenador de Mobilidade Sustentável, Cidades e Territórios, da ADENE. Uma das principais ideias a retirar deste painel assume a digitalização como um elemento facilitador da integração, da inclusão, da descarbonização do setor dos transportes sendo, no entanto, imperativo, como é missão da ADENE, “colocar as pessoas no centro da transição”, acautelando todas as suas diferenças.
Ana Paula Vitorino, Presidente da Autoridade da Mobilidade e dos Transportes, segunda keynote speaker, realçou que “a mobilidade de pessoas e bens, a logística, os equipamentos, veículos e material circulante, os sistemas físicos e digitais e as infraestruturas de transportes e de abastecimento energético devem ser pensados em conjunto e nas suas interações entre si e com o espaço e as pessoas, rematando que “pensar a mobilidade é também pensar a energia e as duas questões são indissociáveis.”
O segundo painel, sobre “Descarbonizar o transporte de mercadorias: missão (im)possível?”, teve os contributos de António Comprido, Secretário-geral da APETRO – Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas; Pedro Ponte, Diretor de Equipamento, Infraestruturas e Ambiente da Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra; Rosário Macário, Professora e Investigadora do IST – Instituto Superior Técnico e Sérgio Batalha, Membro da Direção da APOL – Associação Portuguesa de Operadores Logísticos, com a moderação de Paulo Santos, Diretor de Sustentabilidade e Mobilidade da ADENE.
Como ideia principal, os convidados destacaram, neste painel, o desafio complexo transversal a todos os quadrantes, para o qual não há uma solução única. Cada setor requer respostas específicas e associadas às características da cadeia de valor. As empresas estão conscientes e prontas para, com o apoio de políticas públicas adequadas, abraçar o desafio da descarbonização do transporte de mercadorias.
Ana Paula Rodrigues, Vice-Presidente da ADENE, também marcou presença, fazendo o encerramento da sessão reforçando, em jeito de conclusão, o “muito para fazer e o muito que já foi feito” para a descarbonização do setor dos transportes.
Entre todas as opiniões e factos apresentados, há uma conclusão comum desta terceira conferência “Pensar a Energia”, da ADENE, como o futuro da mobilidade sustentável depende de todos, e a todos diz respeito.