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“A apetência por marcas de 2ª linha poderá aumentar”, Luís Almeida, Japopeças

22 Dezembro, 2021

Luís Almeida, gerente da Japopeças, traça para a pós-venda alguns dos cenários possíveis para 2022 no aftermarket, mas diz perentoriamente que os preços vão continuar a subir.

Os preços médios das peças para automóveis aftermarket vão continuar a subir em 2022?
Perentoriamente, SIM.

Que efeitos poderá ter no mercado de peças para automóveis aftermarket os preços mais altos, a escassez da oferta e a maior pressão comercial?
Consideramos realidades distintas:
– Num contexto de oferta suficiente e aumento de preços generalizado a apetência por marcas “de 2ª linha” com preço mais económico poderá aumentar;
– Em caso de escassez de oferta esbate-se tanto o critério preço como a qualidade, uma vez que para suprir a necessidade a disponibilidade é o único critério de compra;
– A maior pressão comercial é independente de tudo isto, existe por si só numa economia de mercado concorrencial.

Os cenários de escassez na oferta poderá dar lugar à entrada mais evidente, no negócio de peças, de peças com menor qualidade?
Não no sentido da entrada, já existia no passado e continua a existir oferta no mercado para todos os patamares de preço e qualidade de produto.
Poderá sim, ter maior predominância, o mesmo que dizer, quota de mercado.

Vendas de carros novos a desceram, aumento da quilometragem média dos atuais, parque mais envelhecido, entre outros indicadores, serão só por si um bom cenário para o negócio das peças aftermarket em Portugal? Que outros fatores poderão condicionar (positiva ou negativamente) o mercado das peças aftermarket em 2022)?
Sim, os critérios enumerados têm um impacto positivo no negócio Aftermarket a curto-prazo contudo inúmeros outros fatores terão impacto no Aftermarket tanto em 2022 como por aí em diante, nomeando a título de exemplo os custos logísticos, os custos de transporte, a digitalização do sector, sustentabilidade ambiental, composição do parque automóvel futuro, blindagem das marcas ao acesso de informação, entre outros.

Será em 2022 que se dará o “Boom” da digitalização do pós-venda em Portugal ou continuará o seu processo lento e gradual?
Com a crise sanitária do Covid assistimos a um “Boom” da digitalização mais motivado pela necessidade do que fruto de planeamento estratégico das organizações, ultrapassada essa reação creio que este processo voltará a ser lento e gradual.
A digitalização idealmente deve ser estudada e planeada para que a sua implementação se traduza em maior eficiência e eficácia e devendo ir encontro ao planeamento estratégico das organizações por forma a que sirva os propósitos pretendidos.

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