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“A idade do parque automóvel não vai suportar o aumento generalizado dos preços das peças”, Miguel Lopes, APL Expresso

3 Agosto, 2022

A inflação já está a ter impacto no pós-venda, sobretudo ao nível do preço das peças. Sobre este tema, ouvimos Miguel Lopes, diretor-geral da APL Expresso, que nos deixa a sua opinião sobre os efeitos da inflação no setor.

Que efeito está a ter neste momento a inflação no negócio de peças auto?
A inflação, no nosso setor, está num nível acima da media nacional, gerando desregulação no mercado ao nível da distribuição. Numa primeira fase parece benéfico, pois provoca crescimento do volume de faturação, sem que represente aumento real de vendas, mas quando o consumidor final deixar de ter capacidade para pagar, os carros deixarão de entrar nas oficinas e a receção terá um efeito dominó em toda a cadeia.

A médio prazo qual poderá ser o impacto da taxa de inflação muito alto no mercado?
A idade do parque automóvel não vai suportar o aumento generalizado dos preços com estas proporções, o consumidor final deixará de ter condições de pagar o elevado valor das manutenções e reparações e muitos dos carros vão parar, provocando uma crise no setor.

Que medidas está a dinamizar para combater esta subida inflacionada nos preços das peças?
Infelizmente pouco podemos fazer para combater este efeito, mas como forma de minimizar o impacto e reduzir a velocidade galopante dos aumentos de preço, temos antecipado compras, aumentado o stock e diminuindo algumas margens, atrasando assim os aumentos ao nível da produção.

 

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