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“As oficinas irão sofrer uma pressão agressiva por parte dos consumidores/clientes finais”, Bruno Pires Peres, RecOficial Service

19 Agosto, 2022

Profundo conhecedor da realidade das oficinas independentes, Bruno Pires Peres, gestor da rede RecOficial Service, partilha a sua visão sobre o efeito da subida da inflação nas empresas de reparação e manutenção automóvel.

Que efeito está a ter neste momento a inflação no negócio oficinal?
No negócio oficinal são evidentes os efeitos da inflação nos aumentos dos custos fixos e variáveis. O atraso na reposição de algumas peças – em particular das OEM – tem um impacto evidente nas alterações dos prazos de entrega dos veículos prontos. Por outro lado, e ao dia de hoje, quer a rentabilidade oficinal quer o número de entradas/dia e o cabaz médio por reparação ainda não estão a decrescer ao ritmo da subida de preços.

A médio prazo qual poderá ser o impacto da taxa de inflação muito alta no negócio oficinal?
O custo mais elevado das peças e produtos aliado ao aumento dos custos de energia e nos transportes terão forçosamente de ser considerados na estratégia de definição dos preços de venda das reparações. As oficinas irão sofrer uma pressão agressiva por parte dos consumidores/clientes finais que irão optar por soluções economicamente mais vantajosas. A baixa no poder de compra originará que os clientes finais (erradamente) evitem fazer as manutenções preventivas e preditivas o que irá potenciar custos mais elevados de reparações no futuro. Cabe às oficinas e a todos nós que trabalhamos no setor auto informar os condutores dos veículos que uma manutenção periódica e atempada é a melhor solução para a saúde da viatura e para a saúde financeira do condutor (a médio e longo prazo). Até porque o carro ainda é um bem de primeira necessidade (se retirarmos alguns contextos pontuais alternativos de mobilidade) e, como tal, devem ser feitas revisões regulares (mais baratas) de forma a garantir uma maior longevidade da viatura.

Que medidas está a dinamizar para combater esta subida da taxa de inflação e uma previsível redução do número de entrada de automóveis na oficina?
Ponto prévio. Vivemos num terror comunicacional sem precedentes. Desde as mortes diárias por COVID, passando pela guerra na Ucrânia, pelo perigo da “inflação” evidenciado quando os rendimentos das pessoas não consegue acompanhar a subida vertiginosa de preços, até à recente realidade dos incêndios e da seca…enfim. Parece que vivemos num clima contínuo de incerteza, de depressão e de desmoralização. Problemas sempre existiram no passado e sempre existirão…, mas agora são exponenciados de tal forma nas diversas plataformas de comunicação que parece que nos querem tolher a confiança e a vontade de fazer coisas e de fazer acontecer. Creio que devemos estar atentos e preocupados com a incerteza mas sem nunca entrarmos numa espiral negativa depressiva.

A primeira medida a tomar passa por reforçar junto das oficinas que o segredo passa pela qualidade da reparação e pela confiança que as oficinas têm que passar junto do consumidor.

As oficinas RecOficial usufruem de um programa interno de boas práticas que incide na qualidade de serviço, na transparência e na confiança. Os condutores que confiam a sua viatura nas oficinas RecOficial é porque sabem que as oficinas irão aconselhar o serviço mais apropriado baseado nas indicações do fabricante. Alguns dos principais motivos das reparações dispendiosas têm que ver com a falta de uma manutenção adequada e com a utilização de lubrificantes e peças de qualidade muito duvidosa.

Quanto às peças e componentes, possuímos as peças e lubrificantes de marca própria RecOficial cujo excelente binómio preço-qualidade ajudam a ajustar o valor do cabaz médio da reparação.

Quanto à possibilidade dos clientes que confiam as suas viaturas nas oficinas RecOficial usufruírem de outras soluções de pagamento, estamos a trabalhar nesse tipo de soluções para atenuar esta dificuldade que naturalmente tem que ver com a redução do poder de compra das populações.

 

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