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“Atribui-se uma importância cada vez maior aos pacotes de aditivos”, Oliver Kuhn, Liqui Moly

3 Agosto, 2020
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O número de tipos de óleos e especificações aumentou consideravelmente nos últimos anos. Oliver Kuhn, diretor-adjunto do laboratório de óleo da Liqui Moly, explica as diferenças entre um óleo de motor mineral, sintético ou totalmente sintético e explica o que é realmente importante.

Que tipo de óleos existem?
Oliver Kuhn: Em termos gerais, os óleos de motor podem ser divididos em duas categorias: os óleos minerais e os óleos sintéticos. Os óleos minerais estão a tornar-se cada vez menos relevantes nos automóveis porque não têm um desempenho suficiente. Os motores modernos exigem muito mais do óleo do que motores mais antigos. E estas exigências apenas são satisfeitas pelos óleos sintéticos.

Ou seja, os óleos sintéticos são os melhores óleos?
Oliver Kuhn: Sim, mas também se pode misturar um óleo mineral com um óleo sintético. No entanto, estes óleos semi-sintéticos têm cada vez menos importância no mercado porque o desempenho não é suficientemente elevado devido ao teor mineral.

Parece complicado. Mas então, pelo menos, todos os óleos sintéticos são semelhantes?
Oliver Kuhn: Infelizmente, não. Há duas formas diferentes de produzir óleos sintéticos. Num dos métodos, o produto final é um óleo PAO. É o óleo sintético clássico, conforme apareceu no mercado nos anos 70. É muito puro quimicamente e tem um desempenho muito elevado, mas a sua produção também é muito cara. No outro método, o óleo é produzido através de hidrocraqueamento, motivo pelo qual estes óleos, no jargão da indústria, são também designados por óleos HC. Estes são mais modernos e surgiram nos anos 90. Oferecem hoje o melhor desempenho possível para todos os motores modernos.

É melhor usar um óleo PAO ou um óleo HC?
Oliver Kuhn: Muitas vezes, é uma escolha que nem sequer está disponível. Hoje em dia, quase todo o desenvolvimento de óleos é baseado em óleos HC. Muitas especificações de óleos só podem ser cumpridas com óleos HC.

Como reconheço de que óleo sintético se trata?
Oliver Kuhn: Não é assim tão simples porque não há uma terminologia uniforme. Nos Estados Unidos da América (EUA), por exemplo, tanto os óleos PAO como os óleos HC podem ser designados como totalmente sintéticos enquanto na Alemanha, só os óleos PAO podem receber essa designação. Por isso é que designamos os nossos óleos HC por “Synthese Technology” (Tecnologia de Síntese). Outros fabricantes de óleos usam termos como “100% synthetic” ou “synthetic mix”, cujo significado não é claro.

Isto é bastante confuso.
Oliver Kuhn: Sim, é verdade. Mas a questão de qual o tipo de óleo sintético realmente usado num caso específico é basicamente irrelevante para condutores e oficinas. Não se trata de saber que óleo é presumivelmente melhor. O que interessa realmente é que o óleo cumpra as especificações que o fabricante automóvel prevê para o seu modelo. E isso encontra-se no Manual do Condutor do veículo, podendo também usar-se o nosso Guia de Óleos gratuito em www.liqui-moly.com.

Ou seja, se a especificação for a certa, é indiferente se se trata de um óleo PAO ou de um óleo HC?
Oliver Kuhn: Exatamente. No entanto, atribui-se uma importância cada vez maior aos pacotes de aditivos. Hoje em dia, são o ingrediente mais importante de um óleo de motor para além do óleo propriamente dito. São eles que garantem a maior parte do desempenho do óleo de motor. Em alguns óleos de motor muito modernos, o óleo-base pouco mais é do que o líquido condutor dos pacotes de aditivos.

Mas então, afinal, por que é que continua a haver discussões sobre qual é o melhor óleo sintético?
Oliver Kuhn: Isso vem do passado. Quando os primeiros óleos HC apareceram há 30 anos, a diferença de qualidade face aos óleos PAO era ainda maior. Mas isto já foi há muito tempo. Atualmente, nenhum perito entra sequer numa discussão destas.

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