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“Durante os próximos dois meses haverá perdas até 1.800 milhões de euros”, Marc Aguettaz, Gipa

26 Março, 2020

A Gipa é uma entidade que faz estudos e consultoria de pós-venda desde 1986, estando também presente no mercado português. A empresa apresentou agora o primeiro estudo do impacto do Covid19 em Itália no setor do pós-venda, alertando que estes dados também se irão refletir em Espanha e Portugal.

Segundo Marc Aguettaz, diretor geral da Gipa Itália, o mercado de pós-venda em Itália está a sofrer uma redução de 90% na atividade devido às restrições originadas pelo Covid19.

De acordo com dados recolhidos pela GIPA Itália, a atividade de pós-venda sofreu uma quebra muito acentuada desde que as medidas restritivas foram implementadas pelo Governo Italiano.

Esta redução abrupta “Desde 8 de março, data em que se estenderam as medidas restritivas em vigor na Lombardia ao resto do país, a atividade no sector da pós-venda automóvel sofreu uma queda de 90%”.

Marc Aguettaz, diretor-geral da Gipa Itália, refere que tal se deveu ao encerramento de 60% das oficinas (oficiais e multimarca) encontrando-se das 40% restantes apenas 25% operativas “Os nossos cálculos apontam que este facto origina uma redução da atividade em 90%. O que é uma pena porque janeiro e fevereiro foram meses muito bons e estávamos a viver uma aceleração da atividade no setor desde setembro, depois de o primeiro semestre de 2019 ter sido fraco”.

“Em Espanha, Portugal, …  vai acontecer o mesmo”

Em Portugal e Espanha as medidas implementadas pelos Governos dos dois Países vão no mesmo sentido das seguidas em Itália tendo sido imposto o estado de emergência e limitada a circulação dos cidadãos. Apesar de termos cerca de duas semanas de atraso relativamente às medidas impostas pelo Governo Italiano, o encerramento de oficinas e outros estabelecimentos trará certamente consequências similares no mercado pós-venda Ibérico.

Na opinião de Marc Aguettaz,, “será apenas em final de abril, principio de maio que se poderá começar a retomar a atividade com normalidade e o problema é a incerteza porque durante dois meses não pode haver despedimentos no País e não sabemos quanto tempo se vai prolongar esta situação.  Se se mantiver o setor a 12% da sua atividade normal durante os próximos dois meses haverá perdas até 1.800 milhões de euros”. “Por outro lado, temos de ter em conta que os construtores de veículos fecharam temporariamente as suas fábricas na Europa o que também terá um impacto significativo na atividade dos fabricantes de componentes pois a sua atividade em OEM é muito importante…”.

É o momento de “afinar o motor”

“Não sabemos o que se vai passar, mas na Gipa estamos a recolher dados, a contactar os principais atores do mercado à escala global, para manter os nossos clientes atualizados e para que possam atuar e fazer frente a esta crise contando com a informação mais precisa”, continua Aguettaz. “E é o que recomendamos a todos os que fazem parte do aftermarket: ‘é o momento de afinar o motor’ aproveitando esta paralisação para analisar o estado das empresas, estudar novas ferramentas e para manter e melhorar o contato com os clientes. Uma vez superado este baque, a economia estará mais preparada e com mais energia para retomar a atividade para que, despois da tempestade, se possa arrancar com mais força”, completou Marc Aguettaz.

Do lado da GIPA Portugal, Pedro Carvalho, refere que “por cá esperamos sinceramente que o cenário seja melhor embora o exemplo de Itália nos leve a ter fortes reservas num cenário mais positivo. Devemos retirar ilações e aprender com o que se está a passar em Itália, antecipando medidas, quer a nível da contenção do vírus quer a nível económico, de modo a permitir às empresas do ramo superar este extraordinário desafio com o mínimo de danos possível”.

AInda de acordo com Pedro Carvalho, “tal como referiu Marc Aguettaz para o mercado italiano, também na GiPA Portugal estamos a trabalhar no sentido de recolher o maior numero de dados que nos permitam avaliar o impacto no mercado de pós-venda no País com o objetivo de proporcionar aos nossos clientes em Portugal a melhor de informação possível de modo a tomarem as decisões mais indicadas em cada momento”.

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