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Fábrica da Renault em Cacia faz 40 anos

27 Outubro, 2021

Incontornável na história da industria automóvel em Portugal a fábrica da Renault em Cacia alcançou os 40 anos de existência, comemorados com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

Com a compra das antigas instalações da FAP (Fábrica de Automóveis Portuguesa) e a assinatura de um contrato investimento entre o Estado Português e a Régie Renault, no começo da década de 80, foi lançada a primeira “pedra” da fábrica da Renault Cacia, no distrito de Aveiro. Uma história de sucesso, perseverança e excelência, que se traduz nos consecutivos recordes de produção alcançados e nos inúmeros prémios conquistados, espelho da qualidade do trabalho desenvolvido nestas últimas quatro décadas de atividade.

40 anos de história em Portugal e feita por portugueses

O investimento da Renault, em Portugal, é uma história com mais de meio século e que tem na fábrica de Cacia um dos seus pontos mais altos.

Com uma presença alargada em território nacional, a Renault emprega quase 2000 colaboradores diretos, a que se somam outros tantos a nível indireto, resultantes da cadeia de distribuição.

Os empregos diretos encontram-se divididos entre a filial comercial (Renault Portugal), a de distribuição automóvel (Renault Retail Group), a filial de serviços financeiros (RCI Bank) e, assumindo um natural destaque, a fábrica Renault Cacia.

A Renault Cacia foi inaugurada com o objetivo de produzir os mais diversos componentes mecânicos, com destaque para os motores. Até 1996, a unidade de Cacia produziu 3,5 milhões de unidades. A título de curiosidade, sublinhe-se que o motor da primeira geração do Twingo foi fabricado – em exclusivo – na Renault Cacia, entre 1992 e 1996.

Atualmente, mais de 70 por cento do volume de negócios da Renault Cacia diz respeito à produção de caixas de velocidades, nomeadamente a JT4 que é exclusivamente produzida em Portugal para equipar os motores 1.0 (HR10) e 1.6 (HR16) dos Renault Clio, Captur e Mégane e dos Dacia Sandero e Duster. A restante percentagem é repartida entre diversos componentes, nomeadamente bombas de óleo (do qual Cacia é o maior fornecedor mundial de todo o Grupo Renault), árvores de equilibragem e outras referências para caixas e motores, bem como diferentes componentes em ferro fundido e alumínio. Com uma produção tão especializada e diversificada, pode dizer-se que, 99% dos Renault que circulam no mundo, têm pelo menos um componente fabricado na Renault Cacia.

De Aveiro para 12 países e quatro continentes

A Renault Cacia exporta a totalidade da produção para fábricas da Renault e da Nissan de montagem de automóveis e de mecânica situadas em 12 países (África do Sul, Argélia, Brasil, Espanha, França, Grã-Bretanha, Irão, Malásia, Marrocos, México, Roménia e Rússia), distribuídos por quatro continentes.

Assim, não é de estranhar a fábrica Renault Cacia seja uma das primeiras empresas exportadoras do país e a segunda maior unidade industrial de fabricantes automóveis, em Portugal, em número de colaboradores – hoje, a fábrica da Renault em Cacia já conta com mais de 1100.

Nos últimos anos, a unidade portuguesa foi considerada, a melhor a nível mundial, na produção de caixas de velocidades, entre todas as fábricas de componentes mecânicos do Grupo Renault e da Aliança Renault-Nissan. Isto de acordo com os mais exigentes critérios de qualidade, custos e prazos a cumprir.

Ainda em 2017, a Renault Cacia atingiu o incrível número de 10.000.000 de caixas de velocidade produzidas, tendo, no ano seguinte, registado uma nova efeméride, com a produção da bomba de óleo número 40.000.000.

Orgulho no passado, mas de olhos postos no futuro

A unidade está situada num complexo industrial de 340.000 m² de área total, dos quais 70.000 m² cobertos.

Parte do espaço total é ocupado com o maior sistema de autoconsumo fotovoltaico em Portugal. Mais uma medida que vai ao encontro do compromisso do Grupo Renault com o reforço do consumo de energia verde e da política ambiental da Renault Cacia, com uma produção que pretende ser mais sustentável, energeticamente eficiente e amiga do ambiente.

O projeto desenvolvido com os parceiros da ENGIE Hemera, compreende 13 mil módulos fotovoltaicos destinados ao autoconsumo da fábrica Renault Cacia. Ocupando uma área total de 46 mil m2 (o equivalente a mais de quatro campos de futebol), o sistema tem uma potência instalada de 6 megawatt-pico (MWp), gerando, em média, uma produção energética anual de 8 GWh.

A instalação destas unidades de produção para autoconsumo (UPAC), vai permitir uma poupança energética de 13% à Renault Cacia e reduzir drasticamente a sua pegada ecológica, evitando a emissão de 1,8 mil toneladas de CO2 para a atmosfera.

Para Christophe Clément, Diretor-Geral da Renault Cacia, “este é um investimento estratégico que há muito queríamos concretizar, relacionado com as políticas de sustentabilidade cada vez mais presentes na atividade da Renault. A ENGIE Hemera revelou-se, desde a primeira hora, o parceiro ideal para dar início a este projeto ambicioso e no qual depositamos muitas esperanças, a todos os níveis”.

CRONOLOGIA DA FÁBRICA RENAULT CACIA

DÉCADA DE 1980

  • Compra das instalações da FAP (fábrica de Automóveis Portuguesa)
  • Assinatura do Contrato Investimento entre o Estado Português e a Régie Renault
  • Início da construção da fábrica
  • 60.000m2 de área coberta
  • Efetivo de 251 trabalhadores (80 dos quais oriundos da ex-FAP).
  • Nº de horas formação: 19.500
  • 1ª Caixa de Velocidades – HA – montada nos icónicos Renault 4 e Renault 5
  • Montagem dos Motores para os icónicos Renault 4 e Renault 5, fabricados nas fábricas de Setúbal e da Guarda
  • Arranque da produção da caixa de velocidades JB, que equipava o Renault 9 e, posteriormente, o Renault 11, tendo sido a 1ª transmissão a ser exportada.
  • Arranque da maquinação de peças para a caixa JB e de componentes para os motores que equipavam os R4, R5 e R9
  • 11 de novembro de 1982: inauguração oficial por sua Excelência, o Presidente da República, General Ramalho Eanes
  • Ainda em 1983, foi criado o Centro de Formação Técnica (CFT), que visa contribuir para o aumento das competências dos colaboradores da fábrica
  • Arranque da maquinação e da montagem das caixas de velocidades JB4 e JB5
  • Arranque do Sistema de Sugestões, um mecanismo de valorização dos colaboradores, que dá voz a iniciativa e criatividade
  • Em 1987, é atingido o marco de 1 milhão de motores produzidos e, já em 1989, atingem-se os 1,5 milhões.
  • O número de colaboradores aumenta para os 912 (1989) e iniciam-se os turnos de laboração contínua
  • A formação continua a ser uma prioridade, assim como o aumento da escolaridade dos colaboradores. Para isso foi desenvolvido o Projeto “Educação Recorrente, com equivalência ao ciclo preparatório – 5º e 6º anos”
  • Editado o 1º Jornal Interno – “Renault Informação”

DÉCADA DE 1990

  • Estabelecimento de um plano de formação trienal (90-92) para fazer face uma série de projetos ambiciosos: cárteres, implantação da metodologia TPM (Total Production Maintenance) e o Projeto de Fiabilização Total de Equipamentos
  • Assinatura do 1º Acordo Social
  • Criação da UET (Unidade Elementar de Trabalho)
  • Arranque da montagem do motor C3G, unidade produzida exclusivamente para o icónico Twingo. Atingiu uma produção total de 100.000 unidades, em 1993
  • Jornada de Portas Abertas, com o lançamento comercial do Twingo, em Portugal
  • Visita do Presidente da Régie Renault, Louis Schweitzer
  • Em 1995, comemorou-se a produção de 3.000.000 de motores, de 1.500.000 caixas de velocidades e de 3.000.000 de conjuntos de peças de motor
  • Certificação de Qualidade referencial UTAC
  • Em 97, termina a produção do Motor C3G, aumentando, em paralelo, a montagem de Caixas de Velocidade e a Maquinação de Peças de Caixas de Velocidade e de Motores
  • Visita do Diretor Geral Adjunto da Renault, Carlos Ghosn
  • Promoção de mais um curso Técnico Profissional Recorrente para adultos, com equivalência ao 12º ano, visando o aumento da escolaridade média da população fabril
  • Assinatura do Acordo Sócio Laboral 98-2000
  • Criação do Gabinete de Estudos Avançado e do Departamento Técnico-Comercial
  • Nova visita do Presidente da Renault, SA, Louis Schweitzer

DÉCADA DE 2000

  • A Aliança com a Nissan traz a afetação da montagem da Caixa de Velocidades ND e a Maquinagem de Cárteres ND, que equiparão tanto veículos Renault como Nissan, abrindo novas exportações e fornecedores a nível mundial
  • Certificação Ambiental ISO 14001, em 2000
  • Em 2002, e ao fim de 20 anos, termina a Montagem da Caixa JB, tendo crescido a produção das caixas JR e ND0 para o Mégane
  • Certificação do Sistema de Gestão da Qualidade ISO 9001:2000
  • A equipa Renault F1 Team testa a Bomba de Óleo “Ílhavo” realizada no nosso Gabinete de Estudos e Ensaios
  • Em 2004, e em cerca de dois anos e meio, saíram 1.000.000 de Caixas ND e JR das linhas de produção
  • Aumento significativo de efetivos, que atinge os 1099 colaboradores
  • Em 2006, celebram-se os 25 anos, com uma Jornada Portas Abertas
  • 1ª Expedição direta para a África do Sul
  • Em 2009, num contexto de crise da indústria automóvel, a fábrica aderiu ao programa PASA (plano de apoio ao sector automóvel eixo qualificação e emprego proposto pelo governo português), que trouxe a visita do Primeiro-Ministro, Engenheiro José Sócrates
  • Em dezembro 2009, a Nissan e o Governo português anunciam o local da nova fábrica de baterias, nos terrenos da fábrica de Cacia.

DÉCADA DE 2010

  • Em 2011, a fábrica celebra o 30º aniversário
  • 6.500.000 caixas de velocidade são produzidas ao longo destes 30 anos
  • Em 2014, é atribuído à fábrica o Troféu Câmara do Comércio e Indústria Luso Francesa: Investimento
  • Assinatura de Acordo Sócio-Laboral 2015-2016
  • 1º lugar Ranking Manufacturing Renault e Aliança, em 2015
  • Programa Women@Renault em Portugal e assinatura da Carta da Diversidade
  • Assinatura do Acordo de Competitividade 2017-2020
  • Visita do Primeiro-Ministro António Costa
  • Atribuição da Medalha de Mérito do Município de Aveiro
  • 10.000.000 de caixas de velocidade produzidas
  • Prémio Melhor Fábrica do Grupo Ranking Manufacturing 2016 QTP
  • Mais um prémio que é recebido pela fábrica – Troféu Litoral Magazine e do Compromisso Korn Ferry
  • Um novo recorde de produção das Bombas de Óleo é atingido em 2018 – 40.000.000 de unidades
  • Renovação e modernização de vários locais da fábrica

DÉCADA 2020

  • Em 2020, termina a produção das Caixas Velocidade JR, mas é assinado o Acordo de Fabricação para a nova JT4
  • 2020 foi um ano atípico pelo surgimento da pandemia COVID 19, mas a fábrica continua a laborar dentro das restrições e conselhos da DGS
  • Em 2021, a fábrica recebe o prémio Alliance Security Awards 2020
  • Já com a nova Caixa Velocidades JT4 é batido mais um recorde de produção – 400.000 unidades

PALAVRAS-CHAVE