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Fernanda Torres, do Inete: “Temos de formar para o presente e para o futuro”

27 Fevereiro, 2018
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O Inete – Instituto de Educação Técnica, foi a primeira escola profissional de Lisboa e a segunda a nível nacional. Fundada há 28 anos, o Inete é já uma referência nos cursos ligados à mecatrónica automóvel, disponíveis desde 2012.  Fernanda Torres, Diretora do Inete, analisa o setor da formação automóvel em Portugal, e revela como o Inete acompanha a evolução do mercado.

Como avalia a formação automóvel em Portugal?

Penso que falta discutir mais o setor, para se saber para onde estamos a caminhar. Há vários players no setor, mas não há muita interligação entre eles, uma verdadeira discussão sobre o que faz falta, o que precisamos, que tipo de profissionais serão necessários no futuro, para onde é que a profissão vai. Ou seja, perspetivar, em conjunto, o que queremos desta profissão e destes perfis e destes cursos. É um setor um pouco individualista. Porque é uma das profissões que precisa de pensar no seu futuro. Os avanços tecnológicos são imensos e imensuráveis, estão sempre a acontecer. E partilhar essas preocupações podia ser interessante. Há falta de algumas especializações em que podíamos pensar, se os planos de formação estão adequados, ultrapassados, etc.

E o que está bem no setor da formação?

A procura, a mecatrónica é uma das áreas com maior procura da escola. A relação das empresas com as escolas também é boa, assim como a taxa de empregabilidade e o sucesso dos alunos em termos de mercado de trabalho e prosseguimento de estudos. O setor automóvel passou por uma fase de grande crise, mas neste momento os indicadores mostram que estamos outra vez a melhorar, até para índices superiores do que antes da crise. Há uma grande necessidade de técnicos qualificados.

Ainda há muitos profissionais avessos à mudança? 

Sim, ainda há. Cada vez há menos, e que vamos caminhar no sentido de cada vez ser preciso mais formação e especialização, até porque os sistemas automóveis são cada vez mais complexos. E estes jovens técnicos também vão fazer a diferença neste setor. Chegam com formação, qualificação, têm muito que aprender relativamente à profissão, mas vão trazer uma mais-valia para o setor. Porque têm, em termos culturais, uma outra forma de estar, e trazem novas ideias. Vai haver um rejuvenescimento na área.

Que tipo de formação faz falta?

Há falta formação na área das carroçarias, há muita falta de técnicos. Porque é uma área que normalmente não interessa aos alunos. E há necessidade de técnicos de mecatrónica. As empresas pedem-nos muitos alunos, estagiários, para futuros colaboradores. Os nossos alunos têm um perfil muito abrangente, e uma formação muito especializada na área da eletrónica, o que se está a tornar essencial na área da mecatrónica automóvel.

O que faz o Inete para acompanhar a evolução tecnológica?

Vamos fazer um trabalho para adaptar algumas das competências a novas exigências do mercado automóvel. A questão dos elétricos, híbridos, etc. Estamos a tentar fazer esse trabalho, mesmo em parceria com alguns projetos a nível nacional, escolas que já fizeram algum percurso a esse nível, e também em termos de formação dos nossos formadores, etc. Temos também algumas parcerias com empresas, e alguns dos nossos formadores, por oferta das empresas, vão fazer formação nestas áreas. Para depois podemos tentar incluir algumas das inovações do mercado, porque temos de estar sempre atentos às inovações do mercado, para manter a qualidade da formação, não podemos estar a formar para o passado, temos de formar para o presente e para o futuro. E aí é um trabalho a que estamos muito atentos.

Mais informações sobre o Inete em www.inete.pt

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