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GVB debateu novos desafios para o setor das baterias

29 Novembro, 2023

A GVB – Gestão e Valorização de Baterias, realizou em Aveiro, o seu habitual Encontro Anual, onde foram falados muitos dos desafios que este setor vai enfrentar nos próximos anos e que muita pressão vão criar nas empresas que operam neste ramo.

Durante o ano de 2023, que culmina com o fim de mais um ciclo de licenças, em que se aguarda pelo novo Unilex e em que se digerem as novidades do recém regulamento de baterias, em vigor desde julho, as exigências às empresas é cada vez maior e a implementação de medidas emanadas dessa peça legal coloca-as numa pressão para cumprir e evitar contraordenações. É caso para se dizer que a solução “é para ontem”.

Foi, pois, sob esta temática, que a GVB se deslocou até à Veneza portuguesa, pensando, justamente, em muitos dos seus parceiros que detêm a sua atividade no Norte do país.

Rui Cabral, Diretor Geral da GVB, fez o balanço da atividade de 2022, e os principais assuntos ocorridos no ano. Houve um aumento do número de empresas aderentes, mas uma diminuição das quantidades de baterias colocadas no mercado nacional em cerca de 9%, fruto da escassez de materiais para a sua produção, que deriva do conflito na Ucrânia. A tendência de menor número de baterias novas disponíveis também se refletiu nas recolhas de resíduos de baterias, que foram menores face ao ano anterior. Ainda assim foram colocadas no mercado cerca de 12,3k t de baterias novas e recolhidas cerca de 15,5k t de resíduos, levando a GVB ultrapassar largamente a meta de 98% de recolhas, face ao colocado no mercado, prevista em licença, e que foi de 126,5%.

A GVB também explicou as principais alterações que o novo Regulamento UE 2023/1542 trouxe e quais os impactes imediatos e a médio prazo que estes representam para as empresas, numa apresentação conduzida por Liliana Rodrigues e Carla Castanheira. Destaca-se uma nova classificação de baterias, a existência de passaporte e a obtenção de informação através de código QR.

Na ótica da redução de resíduos, foi também abordada a tendência de recondicionamento de baterias que duas empresas nacionais estão a realizar, de forma a oferecerem uma alternativa técnica e sustentável à substituição destes produtos.

Desta forma, António Sá, da empresa Nanofluxo, explicou o processo de regeneração das baterias de chumbo-ácido aplicada ao setor das baterias auto, industriais e estacionárias, e que permitiu que, desde 2014, cerca de 530 toneladas de baterias fossem intervencionadas.

Carlos Jesus, da empresa Evolution, trouxe, na vertente das baterias de lítio, os desafios de reparação aplicados a esta tecnologia tão recente, que exige técnicos especializados e conhecimentos avançados de eletrónica e sistemas elétricos, de modo que as baterias possuam, após intervenção, a segurança e fiabilidade para continuação do seu uso. A empresa opera no mercado desde 2017, possuindo uma rede de estabelecimentos espalhados pelo país.

Júlio Rodrigues, da empresa Simoldes, apresentou uma tecnologia disruptiva face às baterias de chumbo-ácido e às baterias de lítio, que se baseia num material abundante na crosta terrestre, que é o sódio, e o principal elemento que constitui objeto do projeto desta empresa. A empresa está, por conseguinte, empenhada no desenvolvimento de células de baterias de iões de sódio, cujos testes de desempenho já demonstraram vantagens ao nível da densidade energética, dos ciclos de vida, da vida útil, que as torna sustentáveis, seguras e economicamente competitivas.

 

A mesa-redonda entre os participantes permitiu levantar mais algumas questões, nomeadamente os desafios que estas empresas encontram no setor e perspetivas futuras dos seus negócios.

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