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Marcas chinesas são uma oportunidade… também para o pós-venda

24 Setembro, 2024

Um dos temas do IBIS Iberia 2024, foi a chegada ao mercado europeu (e português) das marcas de automóveis chinesas, algo que já ultrapassa uma mera realidade para se tornar algo que vai ter dimensão e impacto real no negócio automóvel.

De modo a perceber a realidade do negócio auto chinês, a Faconauto, Associação de Concessionários Espanhol, realizou uma parceria com o CADA (China Automotive Dealers Associatian). Os objetivos são claros nesta parceria, pois entende a Faconauto que não deve tentar combater a “invasão” chinesa, mas sim perceber e apoiar a sua vinda, neste caso para Espanha, tendo em conta que as empresas chinesas virão também investir muito no mercado europeu (através de fábricas, por exemplo).

A apresentação de Marta Blázquez, presidente da FACONAUTO, foi precisamente neste sentido, explicando que mais vale colaborar com as marcas chinesas do que lutar contra elas, até porque, neste momento são já 22 as marcas chinesas de automóveis que vendem os seus carros em Espanha!!!

Entende Marta Blázquez que a eletrificação tem que avançar como forma de atingir as metas ambientais, através de uma progressiva transição, com um plano de renovação definido, criando zonas de baixas emissões e reformando o setor das inspeções periódicas automóveis.

Jorge Fernando Gonzalez-Miranda, diretor de operações CESVI México, trouxe a experiência do mercado Mexicano, onde já são comercializadas 26 marcas de automóveis chinesas. “São produtos muito atrativos para o mercado, com bom design, muita qualidade e com formas de financiamento acessíveis, pelo que a aceitação tem sido enorme e continua a crescer”, refere Jorge Fernando Gonzalez-Miranda.

Como representante de uma marca japonesa (OMODA) em Espanha, Francesco Colonnese, diretor comercial desta marca, refere que apesar de ser uma marca nova em Espanha, a estratégia de lançamento passou pelo foco no pós-venda.

Para Ricardo Oliveira, CEO da World Shopper, profissional que muito tem promovido a mobilidade elétrica em Portugal, diz que a mudança que os construtores chineses podem trazer não é só uma mudança do pós-venda, mas sim uma mudança da indústria. Os chineses estão a chegar não só com a eletricidade, mas também com a tecnologia, que em alguns casos os construtores europeus ainda não têm e, como tal, isso terá impacto no desenvolvimento do pós-venda.

Para concluir a edição 2024 do IBIS Iberia foi escolhido o tema dos veículos usados, nomeadamente foi discutido o papel significativo dos diversos intervenientes no remarketing de veículos usados, influenciados pelas flutuações e crises políticas globais.

Jesús Cornago, diretor comercial da Flexicar abordou o tema do recondicionamento dos usados, dizendo que o foco está sempre no recondicionamento mecânico, enquanto na área da chapa, o grau de recondicionamento está muito dependente da idade do veículo.

José María Luna Calvo, KAM na Divisão de Após-Venda Automóvel da 3M (Espanha), explicou que tem que se evoluir muito no equilíbrio entre aquilo que as gestoras de frota pretendem nos recondicionamentos e a realidade das oficinas, que não querem perder a sua tradicional rentabilidade.

Muitos outros temas e assuntos foram desenvolvidos neste evento, que envolveu mais de 500 profissionais. Assim, na próxima edição traremos uma reportagem alargada sobre o IBIS Iberia.

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