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“O cliente final deverá estar preparado para ver aumentado o custo da manutenção”, Manuel Cardoso, Global Parts

23 Agosto, 2021

Tal como no setor dos ligeiros, também no das peças de pesados se sentem os problemas causados pela escassez da oferta. Manuel Cardoso, gerente da Global Parts, explica muito bem o que se passa neste momento no setor.

Que efeitos está a ter na vossa atividade a dificuldade de abastecimento de peças junto dos vossos fornecedores?
A escassez de componentes a nível mundial, em especial os que incorporam elementos eletrónicos, cada vez mais frequentes, aliado aos problemas decorrentes das paragens forçadas de unidades de produção e às dificuldades de transporte e logística, têm um impacto muito significativo nos lead times dos principais fabricantes. Atravessamos uma fase em que toda a cadeia de abastecimento está comprometida.

Que alternativas foram levadas à prática para compensar essas dificuldades? Reforço de stock?
A Global Parts tem vindo a tomar medidas de há meses a esta parte para colmatar a carência através de reforço do stock, mas não deixa de sentir os seus efeitos. A nossa oferta é quase exclusivamente de componentes de primeiro equipamento, e esses são precisamente os mais afetados, em virtude da procura dos fabricantes de camiões e automóveis. Por não abdicarmos desse padrão de qualidade, sofremos significativamente o impacto da escassez.

Que tipologia de peças foram mais afetadas por esse problema?
O problema é transversal a todo o tipo de produtos, sendo notório que os componentes de base eletrónica são os mais afetados.

Poderão os preços das peças aumentar até final do ano e em 2022?
O aumento dos preços é já uma realidade e é expectável que continue por algum tempo. Pelo menos até ao final do terceiro trimestre, momento em que alguns analistas preveem alguma normalização das cadeias de abastecimento. O que é garantido é que o nível de preços que for alcançado será o novo padrão.

Poderão os veículos permanecer em média mais tempo em oficina à espera de peças?
O mercado tem uma oferta muito significativa de players, entre o mercado de origem e de reposição, pelo que é provável que as viaturas em reparação possam ter tempos de permanência nas oficinas semelhante aos anteriores. Contudo, o cliente final deverá estar preparado para ver aumentado o custo da manutenção, por via da subida dos preços das peças.

Existe alguma previsão, por parte dos vossos fornecedores, para este problema deixar de existir e voltar-se à normalidade que existia até finais de 2019?
Como se disse antes, acredita-se que algures durante o quarto trimestre deste ano a situação possa começar a normalizar, com a retoma da atividade mundial a níveis próximos do período pré-pandemia.

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