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“O nome Carwin pretende transmitir dinamismo” – Vanessa Barros, gestora da rede Carwin

2 Junho, 2021

A nova rede oficinal Carwin pretende adaptar-se à realidade local de cada oficina, diferenciando-se pela forte componente técnica com que apoia os seus parceiros.

A AS Parts lançou recentemente a Carwin, uma nova rede de oficinas multimarca, uma solução virada para o futuro tecnológico do setor, com uma componente flexível, por forma a apoiar as oficinas de menor capacidade a crescerem no mercado. Vanessa Barros, gestora da rede Carwin, explicou à PÓS-VENDA as características deste novo conceito.

Qual a razão que levou a AS Parts a desenvolver uma nova rede oficinal?
Sentíamos que era importante ter outra solução, além da Top Car, porque muitos dos contactos que recebíamos não se enquadravam nesta rede. Havia espaço para um conceito com características diferentes, que acomodasse os perfis de oficinas que não se enquadram na Top Car, mas que não fosse um conceito low cost. Queríamos um conceito de qualidade, com uma identidade forte e diferenciadora.

Em que difere a Carwin do outro conceito de rede que dinamiza a AS Parts?
Cada rede tem um perfil de oficinas definido, para que seja nos seja fácil encaminhar cada candidato à solução mais adequada. A Carwin é um conceito mais flexível, transparente e conveniente. É um conceito em que cada interveniente sabe o que esperar do outro. E é flexível porque tem um conjunto de soluções que a oficina pode decidir adoptar ou não. Neste conceito, participam os três intervenientes: o distribuidor, a gestão da rede, através da AS Parts, e a oficina, mantendo a conveniência e proximidade destes elementos e a possibilidade de a oficina adoptar apenas os elementos que pretender. Não é um conceito de franchising, mas de abandeiramento. Com este conceito, queremos que todos os intervenientes ganhem. No caso da oficina, tem um conjunto de vantagens de apoio ao seu negócio, e, por outro lado, o cliente final tem acesso à oficina de sempre, mas melhorada em imagem e competências técnicas. A componente tecnológica é muito importante na Carwin, através das mais-valias tecnológicas que fornecemos às oficinas, pelos equipamentos de diagnóstico, formação, assistência técnica e através do nosso programa de orçamentação e identificação de peças. São estes os grandes
focos desta rede.

O encargo para o aderente será inferior ao que seria na Top Car?
Sim. Tem um conjunto de soluções tecnológicas, de comunicação e da própria identidade da marca, e o cliente escolhe a quais aderir. Este conceito serve para situações em que a marca não se enquadre naquela localização. Há a possibilidade de fazer uma adaptação, para que o cliente não veja a sua marca local afetada e ao mesmo tempo possa beneficiar de várias condições. Para nós, na AS Parts, é importante dar valências às oficinas, mas que tragam frutos e ajudem as oficinas a se desenvolverem.

Quais as exigências mínimas para uma oficina integrar a rede Carwin?
Fazemos auma avaliação caso a caso, mas o espaço tem de ter no mínimo 200m2, e tem de ter capacidade para as valências que vai praticar. Tem de ter no mínimo três pessoas, dois produtivos e um não-produtivo. E tem de ter um mínimo de condições para fazer todo o processo de reparação do início ao fim.

Qual a expectativa de implementação da rede nos próximos anos?
Prevemos que, entre final de abril e início de maio, tenhamos já oficinas Carwin. Fazemos os processos de integração com cautela, porque queremos ter a certeza que há compromisso das duas partes. A integração neste conceito prevê um contrato de fidelização de um ano, renovável. Contamos ter cerca de 20 oficinas até ao final do ano, apesar de, neste período de pandemia, ser difícil fazer previsões.

O objetivo é que a rede de retalho possa dinamizar esse conceito para os seus clientes oficinais?
Sim. Uma das grandes vantagens deste tipo de conceitos é a possibilidade de o retalhista fidelizar os seus clientes e barrar a entrada à concorrência.

Não sendo low cost, é um conceito que vai ao encontro de um tipo de oficinas menos estruturadas…
Sim, vamos chegar a uma fatia de oficinas que precisa do contexto de rede para se desenvolver e evoluir. Mas ainda há um conjunto de oficinas que têm uma identidade muito forte e uma dimensão considerável. E para essas oficinas, que têm dimensão mas não gostam de redes oficinais, este conceito torna-se apetecível porque tem um conjunto de vantagens tecnológicas, não tendo uma imagem tão intrusiva. A Carwin tem uma forte vertente tecnológica. Vamos ter um plano de formação teórico-prático, assistência técnica e também acesso a um programa de identificação de peças e orçamentação. Como há esta forte componente técnica, não nos vamos  focar na angariação de clientes. Esta rede não vai ter parcerias, nem o apoio na angariação de clientes que fazemos na Top Car. Temos um comercial que faz a angariação, mas é a oficina que trata de obter os seus clientes. Apenas temos dois parceiros, com o lançamento da área de equipamentos de diagnóstico na AS Parts, com a Delphi, e temos uma parceria também com a Wolf.

A rede poderá tornar-se mais capilar do que a rede Top Car e estar mais presente a nível regional?
Sim. A dimensão será maior, de certeza. A Top Car tem uma grande abrangência, mesmo em localizações regionais. Mas a Carwin, com este conceito, provavelmente terá uma capilaridade maior, num menor espaço de tempo.

Vanessa Barros
Gestora da rede Carwin

Qual a razão para se assistir a um aparecimento de redes para um tipo de oficinas menos estruturadas?
Em primeiro lugar, pela questão da fidelização. É uma óptima forma de fidelizar clientes, havendo uma relação para além da compra de peças. Outro aspeto é o facto de as oficinas sentirem que não conseguem evoluir sozinhas. Porque a gestão de rede por trás é feita por outra entidade que não a própria oficina, que não tem tempo para tratar destas vertentes.

No seu entender, o mercado das redes oficinais em Portugal vai crescer nos próximos anos?
Acredito que vai crescer, não tanto em número de conceitos, mas na integração em redes. Porque existe a questão da rentabilidade, que, segundo alguns estudos, é uma questão que não é tão preocupante nas oficinas que estão integradas em redes.

Artigo publicado na Revista Pós-Venda n.º 66 de março de 2021. Consulte aqui a edição.

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