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“O potencial de crescimento deste mercado (reconstruídos) passa pela educação do consumidor”, Ricardo Figueiras, AZ Auto

2 Agosto, 2017
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A AZ Auto possui uma vasta gama de produtos reconstruídos, de diversas marcas de peças. Ricardo Figueiras, Responsável de Marketing da AZ Auto, fala da importância deste tipo de componentes para a empresa e a sua importância hoje em dia no negócio das peças de automóveis.

Quais os produtos e marcas de peças e componentes reconstruídos / recondicionados que comercializam?
As marcas de produtos reconstruídos, comercializadas pela AZ Auto são:

  • DRI – empresa dedicada à remanufatura de Válvulas EGR, Pinças de Travão, Alternadores, Caixas de Direção, Bombas de Direção, Compressores de AC etc.
  • TurboMotor – para a reconstrução de turbos
  • BOSCH – que apesar de ser uma empresa que não é muito reconhecida neste âmbito, também leva a cabo a reconstrução de uma grande variedade de peças.

Quais as principais carcaterísticas de peças e componentes reconstruídos / recondicionados que comercializam (qualidade, extensão da gama, técnica, etc)?
A qualidade é uma característica transversal a todas as marcas que comercializamos; por um lado temos a DRI que reconstrói todos os seus produtos segundo rígidas normas de equipamento OE, por outro temos a TurboMotor que dedica toda a sua atividade à reconstrução de turbos, procurando o constante aperfeiçoamento e finalmente a BOSCH que é uma empresa com uma enorme experiência na produção de componente automóveis e a autoridade máxima em muitas das inovações presentes no setor.

No caso da DRI contamos também com uma vastíssima gama de produtos que atingem as 5300 referências, com mais 360 em desenvolvimento.

Está previsto o lançamento de alguma novidade para breve em termos de peças e peças e componentes reconstruídos / recondicionados que comercializa. Se sim, qual?
Da parte da AZ Auto, a grande novidade é o alargamento de gama da DRI. Por parte da DRI, a grande novidade a ser lançada nos próximos tempos, são os produtos dedicados à mecatrónica, bem como o lançamento de alternadores e motores de arranque como componentes únicos, o que permite um maior automatismo do veículo.

Quais os principais aspetos que uma oficina deve ter em atenção quando adquire peças e componentes reconstruídos / reconcidiconados?
Na minha opinião os aspetos a ter em conta por parte das oficinas prendem-se essencialmente com a origem dos produtos. A reconstrução de peças é algo que se tem vindo a proliferar nos últimos anos, no entanto nem todos os produtores cumprem os exigentes requisitos para a sua reconstrução, ou quando o fazem não testam extensivamente os seus produtos. De um modo geral, os produtos baratos só cobrem aplicações mais tradicionais, porque estas empresas não têm a experiência necessária para produzir unidades mais complexas.

Outro aspeto essencial é o facto das peças serem cada vez mais próprias de cada modelo, assim existe uma maior necessidade de procurar peças que sejam uma exata correspondência da peça original.

Por fim, penso que a questão dos “cores” deve ser também tida em conta pois, estes podem revelar-se uma ajuda preciosa no balanceamento dos custos de uma peça. Se as regras de devolução de “cores” forem negligenciadas, esse equilíbrio pode ser afetado.

Qual a razão de existir cada vez mais oferta de peças e componentes reconstruídos / reconcidiconados?
A Associação Europeia de Fornecedores Automotivos (CLEPA) estima que a remanufatura neste setor vale entre 8 a 10 bilhões de euros de vendas no retalho, isto com os 27 grupos de produtos capazes de serem remanufaturados. Se a este número juntarmos os empregos gerados (32000 empregos), vemos que o peso deste mercado na globalidade do setor de peças é muito significativo e com tendências a crescer.

Existe uma grande força que está a fazer com que o mercado dos componentes reconstruídos cresça e essa força é a consciência ambiental. Muitas forças políticas estão a estabelecer protocolos e a aprovar leis que incentivam o uso deste tipo de produtos, com a premissa de que o reaproveitamento de materiais é menos nocivo para o ambiente do que a constante produção de novos produtos. Estima-se que seja possível reduzir as emissões de CO2 em 400.000 toneladas só na Europa dos 27.

Apesar da reconstrução de peças e componentes estar estabelecida há muitas décadas, a sua prevalência parece ainda não ser bem percebida. Assim penso que a concretização do potencial de crescimento deste mercado passa pela educação do consumidor.

Em resumo de forma geral, este é um mercado com muito peso e significância, com um enorme potencial de crescimento, mas com as suas dificuldades, que passam essencialmente pela presença de muitos produtores (de maior ou menor qualidade), a flexibilidade do mercado de OE (que permite uma aproximação de preços) e a perceção dos consumidores. No entanto e tendo em conta que todas estas dificuldades são ultrapassáveis, auguro um futuro risonho para este mercado.

Podem as peças e componentes reconstruídos / reconcidiconados garantir a mesma performance de peças e componentes novos?
Partindo do principio que estamos a discutir o caso, tendo em conta produtores de qualidade, como aqueles com que trabalhamos na AZ Auto no nosso dia-a-dia, essa performance é absolutamente garantida. Pegando por exemplo no caso da DRI, em que todas as peças (convém repetir: todas!) são testadas antes de saírem de fábrica, é seguro dizer que a qualidade é mantida. Neste caso em concreto, também, sempre que uma determinada referência é considerada para entrar na sua gama, são criteriosamente analisadas as suas principais avarias e, frequentemente, são feitas modificações no seu processo de fabrico/componentes, para eliminar aquilo que são as falhas comuns verificadas nas mesmas. Assim é seguro dizer que a qualidade OE é garantida e em alguns casos até melhorada.

Como se pode comprovar a qualidade das peças e componentes reconstruídos / reconcidiconados?
A qualidade é algo que fica inteiramente a cargo do produtor, e cabe ao mesmo passar a mensagem para os revendedores e consumidores finais, isto nem sempre é fácil mas é muito possível de ser feito. Mais uma vez tendo em conta o exemplo da DRI, existe uma serie de processos e certificações que garantem a toda a cadeia de valor e a qualidade daquele produto, que posteriormente pode ser percecionada como a qualidade da empresa em si. Alguns desses processos são:

  • Todas as unidades são desenvolvidas de acordo com os números e especificações OE. Correspondência de um para um e, portanto, todas as unidades são rotuladas com o número OE.
  • Melhoramento dos produtos OE através da inspeção dos núcleos e da identificação das falhas comuns.
  • Todas as unidades são testadas no final da linha de produção. O teste é feito automaticamente e as unidades são testadas de acordo com as especificações OE.

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