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Transportes Figueiredo: Estratégia de manutenção bem definida

18 Fevereiro, 2021

A Transportes Figueiredo dispõe, na sua sede em Santiago de Riba-Ul (Oliveira de Azeméis), de um enorme parque afeto à reparação e manutenção da sua frota de camiões e semirreboques. Fomos conhecer a política seguida nesta área por este reconhecido transportador nacional e internacional.

TEXTO PAULO HOMEM

Com aproximadamente 200 viaturas pesadas na sua frota e quase 300 semirreboques (uma diferença que se deve à subcontratação de serviços), a Transportes Figueiredo tem a sua operação histórica e estrategicamente assente na marca Volvo (80% da frota), embora opere também com Renault, MAN e Mercedes. “Trabalhar com outras marcas é uma forma de poder testar e comparar os serviços que a nossa principal marca nos fornece em relação às outras e partir daí encontrar termos de comparação para afinarmos a nossa estratégia de manutenção” começa por referir José Mário Mendes, responsável de manutenção da Transportes Figueiredo há mais de uma década. O renting já esteve mais presente na Transportes Figueiredo, atualmente são cada vez mais veículos em Leasing como também se tem vindo a optar por manter em frota alguns dos veículos que terminam precisamente o contrato de renting.

Apesar de a empresa ter oficina própria, José Mário Mendes refere que são residuais as intervenções em tratores, ao contrário do que sucede com os semirreboques, onde a reparação e manutenção é quase totalmente assumida pela Transportes Figueiredo. “Todos os nossos veículos são assistidos pela marca na sua maioria, ou por parceiros locais, neste caso, oficinas independentes multimarca de pesados com as quais temos parcerias”, refere o mesmo responsável. Contudo, a parceria da Transportes Figueiredo com a Volvo assume um grande protagonismo, já que dentro das instalações oficinais da transportadora existe um espaço exclusivamente dedicado à Volvo onde trabalham em permanência dois técnicos da Auto Sueco / Volvo. A principal responsabilidade destes técnicos é a manutenção preventiva dos veículos, evitando sempre que possível que os veículos se desloquem para as oficinas da marca. “Estes técnicos podem também fazer reparação, desde que isso não implique uma imobilização prolongada do veículo”, refere José Mário Mendes, que diz que esta estratégia acaba por ter a ver com a afetação de recursos humanos, neste caso de motoristas, que assim não perdem horas a levar os veículos à marca para efetuar a manutenção. Logicamente que os veículos em renting e em Leasing das outras marcas, têm os seus contratos de manutenção, sendo as operações de manutenção feitas nos concessionários da marca.

Terminado o período do renting e do leasing, no caso dos veículos Volvo é feito um novo contrato de manutenção, continuando essa manutenção a ser feita pelos mesmos técnicos, porém, em qualquer das marcas de pesados que dispõe (incluindo a Volvo), em que seja necessário algo mais que uma mera manutenção, a Transportes Figueiredo recorre normalmente a oficinas independentes locais. “Temos aqui alguma flexibilidade para gerir esta situação, onde entre os diversos fatores em equação um dos mais importantes é a proximidade destas oficinas. São oficinas que nos garantem também serviços na área elétrica, tacógrafos e ainda na vertente da colisão”, explica José Mário Mendes.

Esta estratégia da Transportes Figueiredo, que em tempos chegou a ter ela própria serviços de manutenção e reparação dos veículos, tem muito a ver com a própria evolução tecnológica dos camiões, que é cada vez maior, obrigando a fortes investimentos em formação, equipamentos, etc. “O nosso core business não é fazer reparações, mais sim transportar mercadorias. Foi por isso que apostámos em ter parceiros, que nos permitissem baixar custos e manter o nosso nível de serviço”, refere o responsável de manutenção da Transportes Figueiredo. Nos semirreboques, onde possui diversas marcas, a Transportes Figueiredo tem internalizado o serviço de reparação e manutenção. Não é um serviço tão técnico, pelo que a aposta é realizá-lo dentro de portas. Outra particularidade da Transportes Figueiredo é que a empresa não tem secção de peças própria, mas contratou com a Motorbus esse fornecimento, tendo esta empresa um armazém de peças avançado (sobretudo para os semirreboques) nas instalações da transportadora. “A nossa política foi não ter peças, nem stock nem pessoas dedicadas a essa área, contratando com a Motorbus esse serviço que tem um profissional nas nossas instalações permanentemente e nos garante todo esse serviço”, revela o responsável de manutenção da empresa de Oliveira de Azeméis. Onde a Transportes Figueiredo mais simplifica o processo de gestão da manutenção é ao nível dos pneus. Há muitos anos que a Transportes Figueiredo tem um contrato com a Michelin (com pagamento ao quilómetro), tendo a empresa optado por esta estratégia “no sentido de dar a gestão do pneu a quem é verdadeiramente especialista na área”, diz José Mário Mendes. Dessa forma, um parceiro Michelin está diariamente presente nas instalações da Transportes Figueiredo, para verificar pressões, profundidades e efetuar trocas e mudanças de pneus sejam eles novos ou recauchutados, segundo determinadas regras previamente definidas entre a Michelin e a transportadora (por exemplo, um veículo não pode passar três meses sem ser visto).

Todos os tratores e semirreboques da Transportes Figueiredo não utilizam pneu suplente, sendo toda a assistência na estrada (em Portugal e no estrangeiro) garantida pela Michelin. Ao nível dos vidros, a Transportes Figueiredo também desenvolveu uma parceria com a Carglass, sendo que este operador efetua atualmente os serviços de substituição de vidro e calibração do ADAS nas instalações da própria transportadora. Para terminar, José Mário Mendes, explica que estas opções tomadas em relação à política de manutenção e reparação da frota se devem também “à enorme dificuldade de contratar técnicos especializados no mercado. É um dos grandes problemas do setor da reparação”. Refira-se que a idade média da frota da Transportes Figueiredo é de cerca de 4 anos, a maioria dos veículos fazem transporte internacional e que a quilometragem média anual por carro está compreendida entre os 100.000 e o os 120.000 quilómetros ano.

Artigo publicado na Revista Pós-Venda Pesados n.º 30 de outubro/novembro de 2020. Consulte aqui a edição.

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