A Valorpneu realizou hoje, em Vidago, o seu habitual Encontro Anual, desta feita para comemorar os seus 20 anos, como entidade gestora dos pneus em fim de vida.
Na abertura dos trabalhos Ana Cristina Carrola, da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), enalteceu o enorme contributo que a Valorpneu deu como entidade gestora dos pneus em fim de vida, bem como o papel fulcral de todos parceiros os envolvidos. Falou do esforço que a Valorpneu e os seus parceiros têm feito para cumprir as suas obrigações e metas legais.
A responsável da APA falou ainda que o “atual modelo de desenvolvimento económico não é sustentável” e que por isso “existentes muitos desafios emergentes”.
Ana Cristina Carrola disse também que em 2024 entra-se num novo ciclo de renovação das licenças das entidades gestoras, que irão trazer ainda mais transparência, rigor e qualidade, neste caso, à gestão dos pneus em fim de vida.
Climénia Silva, Diretora Geral da Valorpneu, começou por abordar os fatos mais relevantes de 2022, que genericamente passam pela guerra na Ucrânia, pelo agravamento das condições económicas, pelo mercado de pneus que está em crescimento (mas mais moderado que o previsto), pela aplicação de novos critérios e normas, pelas regras gerais que enquadrem isenções de licenciamento para algumas operações de valorização e ainda pela manutenção e reforço da operação no SGPU, como a aposta na pesquisa e na investigação & desenvolvimento.
Em 2022 vão ser recolhidos cerca de 86.600 toneladas de pneus usados (que evitam a produção de 160.000 toneladas de emissões CO2), o que leva a que mais uma vez a taxa de recolha esteja bem acima dos 100%, que no final será de 114%.
As 72.700 toneladas de pneus recolhidos que estão dentro do objetivo da Valorpneu, tiveram como destino a reciclagem (84,9%), a valorização energética (11,6%) e a recauchutagem (2,8%).
Em termos de aplicações finais da reciclagem, a maior utilização vai para pavimentos diversos (48%), para relevados sintéticos (34%), indústria de isolamento (8%) e indústria de borracha (5%). Porém, segundo Climénia Silva, prevê-se algumas alterações regulamentares, ao nível da Comunidade Europeia, que poderá vir a limitar bastante a utilização dos resíduos nos pavimentos (por causa dos micro plásticos), o que irá a obrigar a encontrar novas aplicações finais de reciclagem.
Sobre este mesmo assunto, Paulo Silva, do Departamento de Logística da Valorpneu, comentou que novos desafios se colocam face à iminência de várias ameaças e restrições ao mercado das aplicações (microplástico) e por isso é necessário que existam “novas soluções emergentes que têm por base a reciclagem química, pirólise e desvulcanização, como exemplo, a produção de carbon black reciclado”.
Foram ainda atribuídos os prémios de desempenho da rede de recolha e entrega de pneus usados. Este ano houve duas entidades que foram distinguidas com o Prémio de Centro de Receção de Pneus Usados: Metais Jaime Dias, SA e Benta & Benta Lda.
No final do Encontro Valorpneu, decorreu ainda uma mesa redonda, com a presença diversas pessoas (e respetivas entidades) que contribuíram para o desenvolvimento dos 20 anos desta entidade gestora.
Mais detalhes e informação na próxima edição da Revista Pós-Venda (87).