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“A formação é uma ferramenta crucial na retenção de talento dentro das oficinas”, Tiago Resende, Diagtec Plus

16 Junho, 2025

A qualificação no pós-venda automóvel enfrenta desafios cruciais, desde a fraca qualidade de algumas formações até à escassez de técnicos qualificados. Tiago Resende, CMO da Diagtec Plus, destaca a importância de conteúdos práticos e atualizados como chave para mudar este cenário.

Quais considera serem os principais desafios da formação no pós-venda automóvel em Portugal atualmente?

Atualmente, um dos principais desafios da formação no pós-venda automóvel em Portugal é a existência de formações mal preparadas e com fraca qualidade de conteúdo. Este fenómeno gera desconfiança no setor, o que prejudica não só os profissionais que procuram formação credível, mas também as entidades que oferecem cursos devidamente estruturados, com formadores experientes e qualificados.

O que é necessário fazer para que as oficinas e os técnicos invistam mais em formação?

Para que as oficinas e os técnicos invistam mais em formação, é essencial garantir horários adequados que evitem interferir com a atividade profissional diária, bem como oferecer conteúdos ricos, práticos e verdadeiramente úteis para o desempenho das suas funções na atualidade automóvel.

De que forma a formação regular influencia o desempenho dos técnicos e o serviço prestado pela oficina?

A formação regular tem um impacto direto na eficácia e eficiência dos técnicos, contribuindo para um serviço de maior qualidade nas oficinas. Além de ajudar a evitar erros dispendiosos e a aplicação de processos incorretos, permite que os profissionais se mantenham atualizados face às constantes evoluções tecnológicas no setor automóvel, o que é essencial para responder às exigências do mercado e aumentar a confiança dos clientes.

Que indicadores, exemplos ou testemunhos podem dar, que mostrem o impacto positivo da formação na rentabilidade das oficinas?

Um exemplo concreto do impacto positivo da formação na rentabilidade das oficinas é a formação em diagnóstico de sensores e atuadores. Técnicos bem formados conseguem realizar diagnósticos de forma mais rápida e precisa, o que leva a uma redução de 20-30% nos custos de reparação, uma vez que evitam substituições desnecessárias de componentes. Além disso, as oficinas que investem em formação contínua veem um aumento na satisfação do cliente, o que contribui diretamente para a fidelização e o crescimento do negócio. Este tipo de formação resulta em maior eficiência e confiança, beneficiando tanto a oficina como o cliente final.

Que competências técnicas e comportamentais, resultantes da formação, consideram mais importantes para as oficinas num futuro próximo?

No futuro próximo, as competências técnicas e comportamentais mais importantes para as oficinas serão, sem dúvida, a comunicação eficaz com o cliente e a receção oficinal. A capacidade de ouvir e compreender as necessidades dos clientes será fundamental para melhorar a experiência do serviço. Além disso, a formação em preparação para os veículos híbridos e elétricos (HEV) será crucial, dado o aumento da procura por este tipo de veículos. Os técnicos precisarão estar atualizados com as novas tecnologias e práticas para garantir que podem prestar um serviço eficiente e seguro a este tipo de automóvel. O conceito Diagtec, é um exemplo prático de técnicos altamente formados na área mais sensível do automóvel, que é a mecatrónica automóvel.

Como se pode combater a escassez de técnicos qualificados nas oficinas? Que medidas poderiam e deveriam ser tomadas para combater essa escassez?

Em primeiro lugar, é essencial investir em programas de formação e qualificação contínuos, tanto para novos profissionais como para os já em exercício. Além disso, a colaboração com escolas e centros de formação profissional pode ser uma solução importante, promovendo a área de mecânica automóvel e outras especializações do setor para atrair mais candidatos qualificados. Por fim, promover uma cultura de valorização e desenvolvimento dentro das oficinas é fundamental para garantir que os técnicos se sintam motivados e satisfeitos com a sua carreira, reduzindo a rotatividade e a escassez de profissionais. Estabelecer parcerias com entidades capazes de lecionar conteúdos recentes e atrativos para os formandos.

A formação pode ser uma ferramenta importante na retenção de talento dentro das oficinas? De que forma?

Sem dúvida, a formação é uma ferramenta crucial na retenção de talento dentro das oficinas. Técnicos que se sentem valorizados e têm oportunidades de crescer profissionalmente tendem a estar mais satisfeitos no seu trabalho. A formação contínua permite que os técnicos se atualizem e desenvolvam novas competências, o que contribui para o seu senso de valor dentro da equipa. Além disso, a disponibilização de equipamentos adequados e modernos, em conjunto com uma formação de qualidade, aumenta a motivação e o compromisso dos técnicos com a oficina, reduzindo assim a rotatividade de pessoal.

Qual a formação que tem mais procura atualmente, quer na área técnica, quer não técnica (relacionada com o setor do pós-venda automóvel)?

Atualmente, as formações com maior procura no setor do pós-venda automóvel incluem tanto áreas técnicas como não técnicas. Na vertente técnica, destacam-se as formações relacionadas com veículos híbridos e elétricos, devido ao crescente número de veículos desta categoria no mercado. A utilização de osciloscópio também tem grande procura, uma vez que se trata de uma ferramenta essencial para diagnósticos avançados de sistemas eletrónicos automóveis. Temos ainda a de reconfiguração, reutilização e reprogramação de ECU’s, que continua a ser das que mais interesse suscitam nos formandos.Na área não técnica, a gestão oficinal e a receção oficinal estão entre as formações mais requisitadas, pois as oficinas buscam melhorar a organização interna e a experiência do cliente, o que é fundamental para aumentar a eficiência operacional e a satisfação do cliente.

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