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Convenção da APDCA debateu negócio de usados

21 Março, 2023

Realizou-se no passado fim-de-semana a 4ª edição da Convenção da APDCA, onde se debateram e foram apresentados uma série de assuntos e temas relevantes para o setor do comércio de veículos usados. A presença da ACAP e da ARAN também foi notada.

Foram cerca de duas centenas os participantes que, este sábado, dia 18 de março, se reuniram em Lisboa para marcar presença na 4º Convenção da Associação Portuguesa do Comércio Automóvel. Os empresários do setor, parceiros, entidades públicas e demais associações congéneres, tiveram a oportunidade de discutir e analisar as tendências que se avizinham e, em conjunto, procurar soluções para os desafios atuais e futuros.

Como fez questão de frisar na sua intervenção de abertura, Nuno Silva, presidente da APDCA – Associação Portuguesa do Comércio Automóvel, relembrou que “a última Convenção, em 2020, decorreu dias antes de entrarmos numa crise sem precedentes e que mergulhou as empresas do setor na incerteza. Mas, mais uma vez, os empresários mostraram a sua resiliência e capacidade de adaptação. Hoje, as incertezas que vivemos têm outra causa e os desafios são outros, mas há questões de fundo que, apesar dos esforços da APDCA, continuam por resolver. Nomeadamente a questão da carteira profissional, a luta contra a concorrência desleal do mercado paralelo e, mais recentemente, a polémica em torno da lei das garantias.“

O Presidente da Direção da APDCA agradeceu ainda a presença dos representantes da ARAN, na figura da sua Secretária-Geral, Nely Valkanova, e da ACAP, representada pelo seu Secretário-Geral, Hélder Pedro, destacando a importância de criar pontes e de unir esforços nos temas comuns. “Há muito que temos na ARAN, mais do que um interlocutor, um verdadeiro parceiro. A união de esforços entre a ARAN e a APDCA já deu frutos no passado e, esperemos, volte a dar em breve. Em relação à ACAP, ficámos muito satisfeitos de terem aceite o convite e já tivemos oportunidade de trocar ideias e de agendar, para breve, uma reunião, sendo evidente para ambas as Associações que uma união de esforços face aos desafios que nos são comuns seria muito produtiva”.

O discurso de abertura da Convenção coube à Diretora-Geral das Atividades Económicas,  Fernanda Ferreira Dias, que apelou ao espírito de união dos empresários do setor em torno da APDCA e desta com as associações congéneres. Para Fernanda Ferreira Dias, “o associativismo é fundamental na articulação com as instituições públicas e com o próprio governo. Só assim, os empresários do setor, de forma coesa e organizada, nos podem fazer chegar as suas preocupações e sugestões para os desafios que enfrentam, contribuindo ativamente para a definição de políticas públicas”. A Diretora-Geral das Atividades Económicas apelou ainda à “combinação de esforços, à cooperação e parceria, entre as associações congéneres. Ganhando músculo, propondo medidas em conjunto e saindo reforçadas nas suas pretensões”.

Lei das Garantias, cada cabeça a sua sentença

Com vista ao eventual esclarecimento de dúvidas, a uma salutar troca de ideias e uma avaliação conjunta deste ano passado desde a entrada em vigor do Decreto-Lei 84/2021, vulgarmente conhecido pela Lei das Garantias, a APDCA convidou um painel de especialistas ligados às empresas de garantias. Para Miguel Le Coroller, da SNG, “mais do que a dilatação dos prazos de garantias dos usados para os 3 anos (18 meses por comum acordo), o grande problema desta lei é a sua ambiguidade e o caráter geral de muitas medidas. Parece-nos que, aqui, o legislador precisa urgentemente de esclarecer os pontos que mais dúvidas colocam, já que nem os empresários conseguem perceber qual é, realmente, o âmbito das suas obrigações, nem os consumidores ficam cientes dos seus direitos e deveres”.

Sofia Cruz, da NSA, complementa esta conclusão com a leitura da cláusula que prevê a dilatação do prazo por mais seis meses no caso de uma reparação. “A lei diz que o prolongamento se aplica ao bem. À peça reparada ou ao bem na totalidade? A questão é que um automóvel usado não é uma torradeira, é uma máquina complexa e com muitos componentes. A nossa preocupação é sempre para com os consumidores, mas esta lei, da maneira como está feita, torna a sua interpretação pouco clara”. Francesco Aqcuadro – RPM Garantie – com uma ampla experiência internacional, destaca que o “legislador português foi muito além da diretiva comunitária nos prazos previstos, que não tem parelelo em nenhum país europeu com exceção de Espanha, mas, mesmo aí, o prazo mínimo pode ser reduzido até aos 12 meses”. Francesco também vê como “inevitáveis o aumento de conflitos entre vendedores e clientes, destacando a importância de uma ficha de conformidade para proteger ambas as partes. Neste ponto, o Programa Usado Certificado como o que a APDCA oferece é uma mais valia inegável, atestando a conformidade do bem e promovendo a transparência que todos pretendemos para esta atividade”.

Re-renting e soluções à medida

Na mesa redonda promovida com as empresas financeiras para avaliar um mercado em inegável mutação e as soluções de financiamento que são previstas e que podem vir a surgir num futuro a breve trecho, Henrique Henriques – Credibom, Pedro Nuno Ferreira – Cetelem e Carla Silva do Santander Consumer Finance, explicaram aos presentes conceitos como o re-renting, uma forma de dar nova vida aos automóveis após o fim do período do contrato. Mas também da forma como o renting de usados continua a crescer e a ser uma ferramenta interessante “especialmente para as empresas”, explica Pedro Nuno Ferreira.

Já para Henrique Henriques, “a preocupação das empresas financeiras é a de propor alternativas de financiamento que simplifiquem a vida aos clientes. Os clientes, hoje em dia, já querem tratar de tudo online, de forma rápida, simples e eficaz e é aí que temos de focar os nossos esforços”. Pedro Nuno Ferreira reforça ainda a necessidade de harmonização no tratamento entre os diferentes canais de comercialização. “Um cliente que vai a um espaço físico não quer ser tratado de forma diferente de um cliente do canal digital. Não há clientes de primeira e de segunda”.

Pisca-Pisca Green, novidade em primeira mão

A APDCA é parceira desde a primeira hora do portal Pisca-Pisca, tendo estado na génese deste projeto disruptivo. Depois de ter dado a conhecer o portal Pisca-Pisca na 3ª Convenção, em 2020, ficámos a saber que esta plataforma online superou em muito as expetativas iniciais e que se prepara para alargar ainda mais os seus serviços e a oferta personalizada. Paulo Figueiredo, do Pisca-Pisca, aproveitou a ocasião e este palco privilegiado para anunciar o novo Pisca-Pisca Green. Como o nome deixa antever, esta novo portal dirige-se aos veículos amigos do ambiente, mas, sem querer levantar muito o véu, o responsável do portal esclarece que “não é só, já que o âmbito do Pisca-Pisca Green vai muito além disso”.

Programa Usado Certificado como fator diferenciador

O Programa Usado Certificado, tema que, aliás, deu o mote para a intervenção de Vitor Gouveia, membro da direção da APDCA e que pegou nas palavras dos oradores da mesa redonda das garantias, para realçar a importância do Usado Certificado da APDCA até como prova de conformidade da viatura. Destacando o facto de toda o processo de certificação ser feito por empresas independentes, assegurando a idioneidade do mesmo. Mais, só podem ser certificadas as viaturas aderentes ao programa de certificação e a decisão sobre a sua adesão ao mesmo estará sempre sob do escrutínio final da Associação. Este serviço está disponível em todo o território de Portugal continental, mas a APDCA está a trabalhar afincadamente no sentido de ampliar a capilaridade da rede de forma a cobrir ainda mais associados, nomeadamente no interior e nas ilhas. Para isso, estamos a promover novas parcerias com empresas que garantam essa acrescida proximidade.

 

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