A Ayvens apresentou hoje o estudo “Mobilidade 2025”, um trabalho da sua equipa de consultoria em Portugal, que analisa as principais tendências do setor automóvel, com especial destaque para a mobilidade elétrica.
A apresentação foi conduzida por Pedro Luz e Nuno Brito, com introdução de António Oliveira Martins, Diretor Geral da Ayvens, que destacou o impacto das dinâmicas regulatórias e fiscais no custo total de utilização (TCO)
“O Estudo Mobilidade 25 tem a ver com a forma como vemos as dinâmicas atuais a influenciar o TCO. Quando começámos, a pergunta era: em que tipos de utilização e segmentos a eletrificação já é a opção mais competitiva? Hoje, a mancha de competitividade elétrica é tão grande que qualquer dia a matriz será 100% elétrica”, afirmou António Oliveira Martins, Diretor Geral da Ayvens em Portugal.
O estudo sublinha que, mesmo com alterações fiscais que reduziram a carga sobre os veículos a combustão, os 100% elétricos (BEV) continuam a ser a opção mais competitiva para empresas que percorrem cerca de 30 mil quilómetros por ano, o cenário de referência para frotas. A matriz de TCO da Ayvens revela que os BEV são a motorização mais competitiva em 48 dos 63 perfis analisados (76%), reforçando a sua dominância face aos híbridos plug-in (PHEV) e aos veículos a combustão, que apenas surgem como mais competitivos em situações muito específicas, sobretudo no segmento dos veículos comerciais ligeiros.
Em termos fiscais, o estudo mostra que 2025 trouxe alívios relevantes para as empresas. Foi apresentado um caso em que a redução na tributação autónoma representa uma poupança de 43% face a 2024. No entanto, António Oliveira Martins alertou para sinais contraditórios por parte da legislação, ao permitir vantagens fiscais para veículos a combustão, o que considera contraditório, num contexto de transição energética.
Apesar de a diferença média de TCO entre BEV e veículos a combustão ter diminuído de 24% em 2024 para 16% em 2025, os elétricos mantêm-se como a melhor aposta para empresas que queiram conciliar redução de custos com objetivos ambientais.
Outro destaque do estudo é a crescente oferta de veículos elétricos no mercado: entre 2019 e 2024, o número de modelos BEV disponíveis passou de 40 para 240. Esta diversidade tem ajudado a tornar os BEV uma opção viável em praticamente todos os segmentos, exceto nos pequenos furgões com quilometragens mais baixas, onde os veículos a combustão ainda podem ser mais vantajosos.
Portugal destaca-se na transição elétrica a nível europeu. Em 2024, o país registou uma quota de 18% de BEV nas vendas totais de veículos, superando a média da União Europeia (13,1%). No setor do renting, a Ayvens lidera com uma quota de 26,7% de BEV nas entregas, e com metade dos veículos entregues em 2024 já eletrificados.
“O mercado de renting é claramente o acelerador da transição elétrica”, afirmam os autores do estudo. Isto porque, além de ciclos de renovação mais curtos, as empresas têm incentivos fiscais mais atrativos do que os consumidores particulares, e assumem cada vez mais compromissos ambientais formais.
Ainda assim, o estudo alerta para alguns desafios estruturais, como a lenta expansão da rede de carregamento pública em Portugal, onde o rácio atual é de 21 veículos por carregador, ainda distante da média europeia de 12.
Para 2025, a expectativa é de crescimento renovado na adoção dos veículos elétricos, à medida que entram no mercado novos modelos dos segmentos B e C, mais acessíveis e alinhados com as exigências das frotas empresariais. A pressão regulatória europeia, que exige uma redução de 15% nas emissões médias de CO2 dos veículos novos face a 2021, continuará a ser um forte catalisador desta transformação.
A apresentação do “Estudo Mobilidade 2025” encerrou com um apelo à reflexão e adaptação por parte das empresas, mais do que previsões definitivas. “O nosso papel é fazer as perguntas certas e sugerir caminhos para que as empresas tirem o melhor partido deste novo contexto de mobilidade”, concluiu António Oliveira Martins.
Consulte aqui o estudo completo.