No segundo dia da Convenção da Anecra, que terminou hoje na FIL (Junqueira) em Lisboa, foram abordados muitos temas relativos ao futuro do negócio, ficando evidente que existem poucas certezas e muitas indefinições sobre o negócio das oficinas independentes.
O futuro das oficinas nunca foi tão debatido como nesta edição da Convenção da Anecra. Os enormes desafios que as oficinas vão enfrentar no futuro são enormes a todos os níveis e isso ficou bem evidente nas muitas declarações dos diversos intervenientes nos painéis deste evento.
Os híbridos e elétricos vão ser cada vez mais uma realidade no mercado, e isso vai exigir que muitas das oficinas independentes terão que recorrer a formação, para poderem dar respostas a esses carros, num contexto em que esses automóveis terão menos manutenção, mas mais tecnológica.
O Grupo PSA até 2023 terá 80% da sua gama com algum tipo de propulsão elétrica ou totalmente elétrica, o que quer dizer que até 2027 /2028 muitos desses carros chegarão às oficinas independentes.
A tecnologia embarcada nos carros, por exemplo, ao nível dos sistemas ADAS (cruise control, radares, câmaras, etc) obrigará a que as oficinas recorram a mais tecnologia.
Um dos assuntos que também está na ordem do dia, é o futuro do sistema OBD. Existe quem defenda que o mesmo deixará de existir nos automóveis, o que levará a novos protocolos de comunicação. Quer isto dizer, que os atuais equipamentos de diagnóstico poderão ficar obsoletos a médio prazo.
Ficou também evidente que os mecânicos terão que ser cada vez mais profissionais ao nível da informática, pois o acesso à informação se fará cada vez mais através de plataformas online, vindas dos fornecedores, dos clientes ou dos carros dos clientes.
A informação técnica de nível 1 e nível 2 (até aos carros Euro V), disponibilizada pelas marcas, vai também criar novos problemas às oficinas no acesso á informação e também pelos custos dessa informação.
Numa altura de mudança tecnológica, existirá também um contexto de mudança ao nível dos clientes, também ele cada vez mais contectado, acedendo a serviços por via digital em vez do tradicional uso do telefone ou presencial.
No fundo o desenvolvimento tecnológico vai trazer novos processos e esses são desafios que têm de ser respondidos pelas oficinas no futuro.