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Mercados de veículos usados na Europa dão sinais de ligeira recuperação

24 Abril, 2020
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De acordo com o 2º relatório do Observatório INDICATA, com a análise geral do estado actual do mercado de usados europeu, que inclui Portugal (com dados até 19 de Abril), revela que o mercado está em ligeira retoma. Os preços dos usados em Portugal desceram 2,2%.

O mercado europeu de usados está a mostrar os primeiros sinais de recuperação do impacto da Covid-19, de acordo com o último relatório do Observatório INDICATA, que acompanha volumes de vendas de carros usados e alterações de preços por país.

Rastreando os dados de vendas do mercado de usados até 19 de abril, há sinais positivos de que os retalhistas de usados que saem do bloqueio da Covid-19 estão a rever os preços das suas viaturas, o que, por sua vez, contribui para um aumento da procura por parte dos consumidores. Isto é evidente na Suécia, Áustria, Holanda, Alemanha e Dinamarca.

Embora estas tendências demonstrem dinâmica, ainda não há sinais fortes de que o mercado de usados retorne rapidamente aos níveis anteriores. Nos países que fecharam por completo, como por exemplo o Reino Unido, Espanha, França, Itália e Portugal, o mercado ainda não começou a funcionar e os retalhistas não começaram a responder à queda da procura dos consumidores, alterando a sua estratégia de preços. As vendas nestes países permanecem muito baixas.

Portugal com quebra de 80%

Portugal, com uma queda na ordem dos 80%, apresenta também enormes desafios na actividade do mercado de usados. Não identificámos também neste período nenhuma retirada em massa de anúncios. Na expectativa que o comércio automóvel possa começar a reabrir a partir no próximo dia 4 de Maio, o mercado nacional segue de perto através do Observatório INDICATA o que se vai passar nos próximos dias em mercados como a Áustria, Alemanha e Dinamarca, tentando antecipar tendências.

Vendas de usados nos diversos países

Em 12 de Abril, a Áustria tornou-se o primeiro país a diminuir as restrições de bloqueio na indústria automóvel, com pequenos retalhistas a poder abrir assim como centros de jardinagem, lojas de bricolage e pequenas lojas. O seu ritmo de vendas de 1.300 unidades por dia caiu para 300 por dia durante o bloqueio, mas em apenas sete dias subiu para 730 unidades, o que representa pouco mais da metade do seu nível original.

Na Alemanha os retalhistas abriram as suas portas a 20 de Abril. Durante o pico de 2020, registava 16.500 vendas por dia, caindo para 5.500 durante o bloqueio, quando o comércio via restringida a sua actividade de venda de carros usados. Começam agora a surgir sinais de vida muito precoces, seguindo uma tendência semelhante à da Áustria.

Na Dinamarca os comerciantes tiveram a possibilidade de manter a actividade aberta durante o bloqueio, mas muitos optaram por fechar. Tradicionalmente, as vendas nos feriados da Páscoa são fortes e houve sinais de aumento na procura de carros usados à medida que a confiança dos consumidores era restaurada durante este período, com os volumes de vendas de usados a atingirem o seu nível mais alto das últimas 4 semanas.

No Reino Unido, Espanha, França e Itália a maioria dos comerciantes permanecem fechados com o mínimo de transacções. Em Espanha muitos comerciantes não renovam anúncios nos portais para reduzirem os custos enquanto estão fechados, resultando assim num número reduzido de carros usados à venda online.

Os mercados de usados da Holanda, Suécia, Polónia e Turquia estabilizaram, porém, há variações.

A Holanda permanece estável com as vendas a 60-65% dos níveis normais, com o fim-de-semana da Páscoa a registar um pico de vendas. A Turquia está agora a ser afetada por uma série de bloqueios de curto prazo, mas mesmo assim o seu mercado de usados está a comportar-se melhor que muitos outros na Europa.

A queda inicial acentuada na Polónia parece ter estabilizado com o aliviamento das restrições por parte do Governo, enquanto que a Suécia permanece o mercado mais forte durante a pandemia com um desempenho a 90% dos seus níveis normais, predominantemente devido ao reduzido número de restrições governamentais em vigor.

A Bélgica mostrou um pequeno aumento de veículos removidos da internet, contudo, como em Espanha, não se trata realmente de vendas mas sim retalhistas que não renovaram as suas assinaturas de publicidade.

Preços

Os países que sofreram um bloqueio mais ligeiro ao lidar com a pandemia da Covid-19, continuam a ver os retalhistas a responderem mais rapidamente á queda na confiança dos consumidores, reduzindo os preços dos veículos usados. A Suécia, que teve as medidas mais brandas por parte do Governo no combate ao Covid-19, teve a maior queda dos preços ao retalho, 4% entre 1 de Fevereiro e 19 de Abril, para responder à queda de 20% na procura por parte dos consumidores.

Em Portugal o ajuste de preços não foi tão acentuado. A redução de 2,2% sugere que os operadores mantêm a sua posição e expectativa quanto ao que se poderá vir a passar quando o mercado abrir.

A Alemanha viu uma redução de 1,6% nos preços anunciados e poderá ver essa redução aumentar assim que o mercado se abrir mais.

Nos países como o Reino Unido, Itália e França os preços mantêm-se inalterados (-0.1%, -0.7% e -0.7%) visto que a maioria dos retalhistas continuam fechados.

A alta inflação e hiperinflação de veículos usados na Turquia, fizeram com que os aumentos de preços abrandassem (queda de 0,3%), apesar da recente recuperação dos volumes. Isso pode significar que a bolha de preços dos veículos usados explodiu na Turquia.

“O Observatório INDICATA reforça ainda mais o nosso comprometimento com o apoio à indústria para ajudar a gerir o impacto do Covid-19 no negócio dos usados. O nosso PDF e o portal online facultam aos decisores da indústria os melhores dados em tempo real para definirem uma estratégia, de curto e longo prazo, permitindo-lhes gerir com eficiência a oferta e a procura de carros usados ”, explicou Andy Shields, diretor global do INDICATA.

Para fazer o download do mais recente relatório do Observatório INDICATA vá a www.indicata.pt/corona.

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