A empresa italiana ATECSO comercializa amortecedores com a sua marca ATECSO para o aftermarket. Gianluigi Bodda fala sobre esta oferta e relativamente aos principais desafios deste mercado.
“Estamos constantemente a desenvolver novas referências para alargar a nossa gama de aftermarket e, no final de 2024, lançámos também duas novas linhas de produto (relacionadas com os amortecedores): apoios de amortecedor e kits de proteção contra poeiras. Paralelamente ao aftermarket, fornecemos também a alguns pequenos e médios fabricantes OEM (microcarros, veículos especiais, pequenos veículos elétricos, mini camiões, UTVs…)”, indica Gianluigi Bodda.
Quais os desafios colocados em termos tecnológicos para os amortecedores, sobretudo para os novos veículos elétricos?
Estes são os pontos que consideramos um desafio tecnológico para os amortecedores em veículos elétricos: Aumento de peso: Os VEs são mais pesados que os veículos a combustão interna devido às baterias. O aumento da massa não suspensa e do peso total do veículo coloca mais stress nos componentes da suspensão. Os amortecedores devem ser afinados para lidar com forças de amortecimento mais elevadas sem comprometer o conforto ou a durabilidade; Proteção das baterias: A suspensão deve evitar impactos fortes que possam danificar os packs de baterias localizados sob o piso; Sensibilidade ao ruído: Os VEs são muito mais silenciosos, o que torna os ruídos dos amortecedores (cliques das válvulas, fluxo de fluido) mais audíveis; Eficiência energética: Há potencial para recuperação de energia através de sistemas de suspensão regenerativa; Dinâmica do binário instantâneo: As mudanças súbitas de carga provocadas pelos motores elétricos exigem suspensões que reajam mais rapidamente (maior necessidade de suspensões ativas ou semiativas); Integração de software: Os VEs permitem modos de suspensão adaptativos controlados por software e sensores; Limitações de espaço: O design dos chassis dos VEs limita o espaço disponível, exigindo configurações de suspensão mais compactas ou redesenhadas; Pressões de sustentabilidade: Necessidade de materiais leves, recicláveis e fluidos ecológicos.
Como caracterizam o atual estado do mercado de amortecedores em Portugal? Quais os principais desafios e oprtunidades?
O mercado de aftermarket de amortecedores em Portugal está a passar por uma transformação significativa, influenciada pelos avanços tecnológicos, pelas iniciativas de sustentabilidade e pelas mudanças nas preferências dos consumidores. Principais desafios: Forte concorrência e pressão sobre os preços; Adaptação às novas tecnologias dos veículos (o aumento dos veículos híbridos e elétricos exige que as oficinas trabalhem com sistemas de suspensão mais complexos e especializados); Gestão logística e de inventário (a distribuição eficiente é um desafio em Portugal, especialmente para oficinas pequenas e médias que necessitam de acesso rápido a uma ampla variedade de peças).
De que forma se poderá sensibilizar as oficinas para a importância da verificação dos amortecedores para a segurança dos veículos?
Este é um ponto-chave no qual os distribuidores (em conjunto com os fabricantes) deverão trabalhar no futuro, nomeadamente através de: Formação e Certificação: Oferecer formação técnica sobre segurança e diagnóstico de amortecedores; Fornecer certificados que reforcem a credibilidade das oficinas; Demonstrações e Ferramentas Visuais: Utilizar bancadas de testes ou vídeos para mostrar como os amortecedores desgastados afetam a travagem, aderência e conforto; Campanhas dos Distribuidores: Fazer parcerias com fornecedores de peças para campanhas de segurança e distribuição de materiais educativos; Ferramentas Digitais de Inspeção: Utilizar apps ou relatórios digitais para ajudar os técnicos a avaliar e explicar o desgaste dos amortecedores aos clientes; Educação do Cliente: Fornecer às oficinas brochuras e conteúdos para redes sociais que ajudem a informar os condutores; Programas de Reconhecimento: Recompensar as oficinas que promovem verificações de segurança com visibilidade, ferramentas ou materiais de marca.
Qual a cobertura atual do parque circulante das vossas gamas de amortecedores?
Tendo em conta que a ATECSO foi fundada em janeiro de 2020, temos já uma boa cobertura, mas a gama continua a crescer mês após mês.
