Thomas Wohlgemuth, Managing Director da Prinx Chengshan Tire Company, faz uma análise da evolução do negócio da empresa no último ano e revela algumas novidades para 2025.
Quais foram os principais desafios enfrentados pela vossa operação durante o ano de 2024? Como é que a Prinx os superou?
No início do ano, enfrentámos um aumento repentino e extremo dos custos de transporte marítimo, bem como tempos de entrega mais longos, o que causou alguma incerteza no mercado. Respondemos de forma muito flexível, oferecendo aos nossos parceiros soluções personalizadas e apoio individualizado. Outro tema foi a implementação confusa do EUDR, que gerou grandes preocupações no mercado devido a diretrizes pouco claras. Na Prinx Chengshan, investimos esforços e recursos significativos para sermos pioneiros no cumprimento dessas regulamentações. Embora a implementação tenha sido adiada, fizemos o nosso trabalho de casa e estamos finalmente prontos para a aplicação deste ano. No entanto, devemos afirmar claramente que desejávamos que esta regulamentação tivesse sido implementada até ao final de 2024. A procura por TBR e PCR revelou-se bastante diferente: a procura por TBR manteve-se fraca, enquanto a procura por PCR foi elevada. Para lidar com isto, reduzimos o ritmo de aquisição de novos clientes de PCR para priorizar o cumprimento de encomendas de clientes existentes e optimizar o mix de produtos, aumentando a eficiência da oferta. No caso do TBR, continuamos focados em optimizar o desempenho dos produtos e o portfólio, reforçando a nossa competitividade e ajudando os nossos clientes a ganhar quota de mercado. Como resultado, as nossas vendas de TBR e PCR na Europa aumentaram 15% em quantidade em comparação com o ano de 2023.
Como evoluiu o vosso negócio no mercado português em 2024?
Apesar de todos os desafios mencionados anteriormente, 2024 foi um ano de consolidação para nós no mercado português. Consolidámos as nossas parcerias comerciais com os clientes existentes no país (Dispnal – marca Prinx; S. José – marca Fortune; Tiresur – marca Austone; 4PRO – marca Chengshan). De um modo geral, conseguimos aumentar os nossos volumes de vendas no mercado, o que nos permitiu ganhar quota de mercado, tanto nos segmentos de produtos PCR como TBR. Isto deixa-nos extremamente orgulhosos do trabalho e do negócio que estão a ser desenvolvidos no país, mas, mais importante, estamos muito confiantes quanto ao futuro. Ainda existem oportunidades importantes no mercado, e acreditamos firmemente que temos os parceiros ideais para alcançar resultados ainda melhores. Em relação ao mercado, como se observa geralmente em toda a Europa, também em Portugal estamos a assistir a uma queda nas vendas de marcas Premium, compensada por um aumento no segmento Budget e alguma estabilidade nas marcas Quality. Os consumidores, em geral, reconhecem que as marcas “não tradicionais” estão a tornar-se mais fortes, oferecendo produtos e soluções cada vez mais qualitativas, a preços justos. Isto é muito importante para nós, porque estamos a trabalhar arduamente no desenvolvimento de gamas de produtos mais amplas e melhores, prontas para satisfazer todas as necessidades do mercado. No segmento PCR, observa-se uma evolução positiva no mix, com um aumento de mercado em pneus de 16 polegadas e superiores, que é claramente uma das nossas apostas. A aceitação crescente dos pneus UHP e All Season também é relevante para melhorar margens e lucros… não só para nós, mas especialmente para os nossos parceiros comerciais. No que respeita ao TBR, apresentamos uma proposta de valor muito interessante, com características, benefícios e vantagens importantes, tanto para os nossos parceiros como para os utilizadores dos nossos produtos, nomeadamente frotas. Por estas razões, 2024 foi um ano muito positivo para nós, mas confiamos que podemos alcançar resultados ainda melhores num mercado tão importante como é Portugal.
Quais as tendências no aftermarket que irão determinar a actividade da sua empresa em 2025 (digitalização, electrificação, sustentabilidade, escassez de mão-de-obra, etc.)?
Enquanto empresa, continuaremos a impulsionar a nossa sustentabilidade em 2025, como parte da nossa filosofia corporativa. Esforçamo-nos por optimizar continuamente os nossos processos de produção para poupar mais recursos naturais e reduzir ainda mais o desperdício. Isto está, naturalmente, alinhado com a melhoria contínua dos nossos produtos. A parceria com a Marangoni no sector de pneus para camiões demonstra claramente o nosso compromisso, sublinhando a recauchutabilidade dos nossos pneus através do nosso anel de recauchutagem. Esta colaboração será ampliada em 2025. Além disso, o ano de 2025 será certamente influenciado pela política, destacando-se as eleições na América do Norte com Donald Trump. A política externa dele poderá determinar se a concorrência no mercado europeu se intensificará, especialmente se forem aplicadas tarifas punitivas elevadas sobre pneus da China e da Tailândia. Caso isso aconteça, o mercado europeu enfrentará uma forte pressão, com um aumento significativo na oferta de pneus.
Que estratégias planeiam implementar este ano para se adaptarem aos desafios e oportunidades actuais do mercado?
Encaramos com entusiasmo as oportunidades de 2025, onde vemos um maior potencial de crescimento nos mercados, e estamos certos de que apoiaremos os nossos parceiros em Portugal e na Europa com as medidas adequadas para garantir o sucesso de ambas as partes. Continuaremos a investir em acções que reforcem a notoriedade das nossas marcas. O portfólio de produtos também será ampliado e diversificado, oferecendo a solução certa para cada necessidade. Vamos expandir ainda a nossa equipa na Europa e explorar novas áreas de negócio, por forma a beneficiar os nossos parceiros em cada país. Finalmente, estamos a trabalhar em medidas para minimizar significativamente a volatilidade dos preços no transporte marítimo. Isto proporciona aos nossos parceiros um negócio mais previsível, sem grandes oscilações.