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“Um técnico que receba formação contínua sente-se mais valorizado e motivado e, por sua vez mais fiel à oficina, o que reduz a rotatividade”, Ricardo Morinha, Indasa Abrasives

Ricardo Morinha, assistente técnico na Indasa Abrasives, destaca os principais desafios da formação no setor pós-venda automóvel em Portugal, sublinhando a falta de atratividade junto dos jovens, a necessidade de valorização profissional e o papel essencial da formação contínua.

Quais consideram ser os principais desafios da formação no pós-venda automóvel em Portugal atualmente?

Falta de Interesse dos Jovens: A profissão é, por vezes, vista como pouco atrativa por parte dos jovens, devido à perceção de esforço físico elevado, baixos salários e poucas oportunidades de progressão; É necessário modernizar a imagem do setor, mostrando as oportunidades ligadas à tecnologia e inovação.

O que é necessário fazer para que as oficinas e os técnicos invistam mais em formação?

Consciencialização para a importância da formação: Mostrar o retorno do investimento: Demonstrar que técnicos mais qualificados aumentam a produtividade, reduzem erros e fidelizam clientes; Mostrar que a formação pode levar à progressão profissional dentro da empresa; Subsídios e programas públicos: Criar (ou reforçar) apoios estatais e europeus específicos para a formação técnica no setor automóvel; Parcerias com fornecedores: Muitos fabricantes de veículos, peças, tintas e consumíveis, formação gratuita ou com desconto

De que forma a formação regular influência o desempenho dos técnicos e o serviço prestado pela oficina?

Aumento da Qualidade Técnica: Técnicos mais atualizados conseguem efetuar reparações com maior precisão, rapidez e confiança; Reduzem erros e retrabalho, o que melhora a eficiência e a reputação da oficina; Técnicos que sabem usar bem as ferramentas e equipamentos reduzem o desperdício; Técnicos bem formados executam tarefas em menos tempo e com maior segurança; Isso permite à oficina realizar mais serviços por dia, aumentando o volume de faturação.

Que indicadores, exemplos ou testemunhos podem dar, que mostrem o impacto positivo da formação na rentabilidade das oficinas?

A INDASA investe regularmente na formação dos colaboradores e clientes com o PROCESS TO PROFIT que é um programa estruturado e específico para cada organização. O facto de termos a possibilidade de acolher na nossa academia clientes e técnicos e possibilitar-lhes formação específica e contínua faz com que as suas empresas aumentem a produtividade e, por sua vez, confiem em nós enquanto parceiros duradouros.

Que competências técnicas e comportamentais, resultantes da formação, consideram mais importantes para as oficinas num futuro próximo?

O conhecimento profundo de produtos e processos em formação teórica e prática é dos resultados mais importantes. Este tipo de conhecimento vai influenciar o comportamento dos técnicos, serão mais flexíveis e dinâmicos no seu trabalho, bem como se tornam mais interessados e responsáveis nas tarefas. Todos estes fatores trazem grande eficiência e resultados para as oficinas.

Como se pode combater a escassez de técnicos qualificados nas oficinas? Que medidas poderiam e deveriam ser tomadas para combater essa escassez?

Um dos principais desafios do setor da reparação automóvel é cativar os jovens para esta área. Para isso, é fundamental valorizar a profissão, oferecendo incentivos reais de progressão na carreira e promovendo o uso de novas tecnologias. Elevar o estatuto da profissão, tornando-a mais atrativa e alinhada com as inovações do setor automóvel, pode ser decisivo para garantir o futuro desta atividade. É necessário modernizar a imagem do setor, mostrando as oportunidades ligadas à tecnologia e inovação.

A formação pode ser uma ferramenta importante na retenção de talento dentro das oficinas? De que forma? 

Sim, pode. Um técnico que receba formação contínua sente-se mais valorizado e motivado e, por sua vez mais fiel à oficina, o que reduz a rotatividade. Se esta formação contar para um plano de carreira faz com que o técnico sinta necessidade em progredir e, logo, ficar. A formação abre portas para funções de maior responsabilidade como chefe de oficina, técnico especializado, formador interno, etc. Também a acrescentar que sem oportunidades de evolução muitos profissionais procuram desafios fora da empresa ou até fora do setor.

Qual a formação que tem mais procura atualmente, quer na área técnica, quer não técnica (relacionada com o setor do pós-venda automóvel)?

Mecatrónica e veículos elétricos; Gestão de oficina e pós-venda; Marketing Digital para Oficinas.

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