2022 será um ano muito mais desafiante para o Pós-Venda do que foi 2021, tudo porque o cenário de aumento de preços é bem real e o setor oficinal, como um todo, não vai fugir à regra.
Não existe forma de escapar à subida dos preços. Nos supermercados, nas bombas de gasolina, nas portagens da auto-estrada, na eletricidade, entre outras áreas, vamos em 2022 pagar mais e não é por causa (para já) do aumento da inflação.
No setor oficinal (onde se incluem as peças) o cenário foi-se traçando em 2021, mas os efeitos vão ser bem visíveis em 2022 e não existe forma de escapar. Porquê?
Quem produz as peças está com muitas dificuldades, pois os preços da matéria prima (aço, borracha, etc) tem vindo a subir exponencialmente e os preços dos fretes marítimos também subiram em flecha. Os construtores de peças vão fazer refletir isso, aumentando os preços, na venda aos distribuidores de peças.
A maioria dos distribuidores de peças, antevendo isso, aumentaram stock´s ao longo de 2021. Quer isto dizer que apesar de ter havido algum aumento de preços das peças em 2021, ainda não foi muito elevado, precisamente porque existia muito stock nos distribuidores.
A questão agora é que o stock dos distribuidores já está a receber peças aos novos preços (e tem dificuldades na obtenção das peças), situação que vai naturalmente refletir-se na cadeia de distribuição, até chegar à oficina.
Outra questão é que existe alguma escassez de oferta dos construtores de peças e com os atrasos que existem na receção das peças (nos distribuidores), vai fazer também com que possam existir dificuldades no abastecimento das oficinas. Quer isto dizer que quem tiver a peça vai poder vendê-la a um preço mais elevado, pois existe escassez de oferta.
A “tempestade perfeita”, como alguns lhe chamam, trará maiores dificuldades para as oficinas menos organizadas e menos estruturadas. Porém, de um modo geral, as oficinas, ao pagarem mais pelas peças, vão ter que refletir isso na fatura ao cliente (o automobilista) e, com a escassez de oferta que existe, algumas reparações (sobretudo as que necessitam de peças originais) vão demorar um pouco mais que o habitual.
DESAFIOS E CONSELHOS PARA 2022
Mas as oficinas poderão ainda enfrentar mais alguns desafios importantes em 2022 e nos anos seguintes. Um parque automóvel cada vez mais envelhecido poderá não ser bom para as oficinas independentes, pois carros demasiado velhos (mais de 15 anos) já não fazem reparações de valor elevado. As vendas de novos estão a níveis muito baixos e isso não é nada bom para o pós-venda.
A transição tecnológica está a acontecer (e não são só os carros eletrificados). E está a acontecer a um ritmo aceleradíssimo. Portanto, quem não apostar em formação técnica vai ter cada vez mais dificuldades em manter ou reparar o carro do seu cliente.
Também está em curso a digitalização. Não é um chavão, é a realidade. A oficina tem já ao seu dispor um conjunto de ferramentas digitais que melhoram o seu negócio dia-a-dia. Basta usar essas ferramentas.
Para os mais atentos às plataformas de comunicação da PÓS-VENDA (ao site www.posvenda.pt, às revistas, às newsletter´s e às nossas redes sociais), por certo que sabe quais são os desafios do aftermarket no médio prazo, sabe que o aftermarket está com uma dinâmica como nunca teve, e sabe também que está sempre muito bem informado.
Por isso, se quiser alguns conselhos, pode tomar nota:
– Dinamize boas parcerias com os seus fornecedores;
– Aposte na formação técnica dos mecânicos;
– Recorra às plataformas digitais;
– Aprenda a gerir melhor a sua oficina;
– Comunique cada vez mais e melhor com o seu cliente.
BOM ANO DE 2022 PARA TODOS