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“Entendemos que é momento de ser realistas e manter o mais possível o nível de serviço”, Paulo Agostinho, Alecarpeças

28 Dezembro, 2021

Nos primeiros seis meses de 2022 a atual cenário do aftermarket não se deverá alterar muito, diz Paulo Agostinho, general manager da Alecarpeças, que aponta nesta entrevista outros cenários.

Os preços médios das peças para automóveis aftermarket vão continuar a subir em 2022?
Tudo leva a crer que sim. De uma forma geral os fabricantes foram informando que pelo menos no primeiro semestre as dificuldades de fornecimento e aumento de custo das matérias primas se devem manter.

Que efeitos poderá ter no mercado de peças para automóveis aftermarket os preços mais altos, a escassez da oferta e a maior pressão comercial?
Dependerá da vontade da distribuição. Entendemos que é momento de ser realistas e manter o mais possível o nível de serviço, sem sofrimentos desnecessários. A escassez de oferta não atingiu, até ao momento, proporções demasiado preocupantes e estamos em crer que de uma forma ou outra a distribuição vai garantir o serviço necessário á reparação.

Os cenários de escassez na oferta poderá dar lugar à entrada mais evidente, no negócio de peças, de peças com menor qualidade?
Estamos em crer que não. O crescente nível de preços e o envelhecimento do parque automóvel, esses sim são fatores muito relevantes que podem potenciar esse fenómeno.

Vendas de carros novos a desceram, aumento da quilometragem média dos atuais, parque mais envelhecido, entre outros indicadores, serão só por si um bom cenário para o negócio das peças aftermarket em Portugal? Que outros fatores poderão condicionar (positiva ou negativamente) o mercado das peças aftermarket em 2022)?
Se a curto prazo esses factores podem ser positivos a medio prazo não o são. Um parque demasiado envelhecido não garante níveis de investimento por parte dos proprietários muito relevantes. Reparar viaturas nem sempre significa garantir uma correcta manutenção das mesmas, e quando as viaturas estão demasiado envelhecidas a tendência de investimento vai baixando significativamente.
Referiríamos a questão de disponibilidade por parte dos fabricantes pode de alguma forma influenciar o desempenho comercial, mas com um impacto relativamente controlado.

Será em 2022 que se dará o “Boom” da digitalização do pós-venda em Portugal ou continuará o seu processo lento e gradual?
Será um processo gradual, não tendo que ser necessariamente lento.

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