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“A retoma do setor está a ser progressiva”: Carlos Silva, Krautli

14 Agosto, 2020
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Carlos Silva, da Krautli, explica à PÓS-VENDA de que forma a empresa e o mercado vão reagir ao período pós-pandemia.

Quais são os fatores / indicadores a ter em atenção na recuperação futura do negócio do aftermarket, na perspetiva do grossista de peças?

A crise da Covid-19 apresenta um desafio global e nenhum país do mundo ficou a salvo dos efeitos desta pandemia, desde os mais ricos aos mais pobres. Houve uma fortíssima quebra de consumo com um impacto transversal em quase todos os sectores, provocando designadamente no sector aftermarket uma quebra tangível e significativa nos volumes de negócio em todos os atores. Tendo em conta estas variáveis, a Krautli teve a necessidade de ajustar os seus recursos à realidade atual para garantir a solvabilidade necessária para enfrentar momentos únicos na nossa
história.

Que medidas foram e estão a ser tomadas para se potenciarem as vendas neste momento?

A retoma do setor está a ser progressiva e do lado da oferta o que fizemos foi considerando toda a incerteza e volatilidade do momento, garantir aos nossos parceiros de negócio a taxa de serviço adequada às necessidades. A disponibilidade de produto neste momento é um factor critico de sucesso e a Krautli tem apostado fortemente em garantir a peça certa no sítio certo e no momento certo! Mantemos a nossa dinâmica e proximidade com os nossos parceiros para entregarmos todas as soluções e serviços que necessitam para garantirem a sustentabilidade e assegurarem na vertente social todos os postos de trabalho.

A digitalização do negócio, através de plataformas B2B (e não só) assume agora uma importância maior na relação com o vosso cliente?

Para a Krautli Portugal a digitalização do nosso negócio já era uma realidade antes desta crise e com uma representatividade consistente na nossa atividade. Importa ressalvar que o nosso sector tem já uma cultura digital enraizada e com um nível tecnológico muito expressivo. Nesta nova “normalidade” todos os atores entendem a necessidade de se utilizar a tecnologia para responder às necessidades de serviço requeridas pelo nosso sector.

Qual a sua opinião sobre o futuro do negócio de peças em Portugal, tendo em conta os efeitos da pandemia? Consideram que se vai assistir nos próximos meses a uma enorme guerra de preços no mercado português?

O parque circulante não vai diminuir pois o aumento da idade do parque, em consequência da queda das vendas, será favorável ao aftermarket. As oficinas aftermarket com boas estruturas técnicas e financeiras deverão sair reforçadas desta crise, aumentando a sua penetração no mercado. Devido à quebra de volumes de negócio, antecipamos que alguns operadores, obviamente aqueles que não têm propostas de valor consistentes, possam partir para guerras de preços que são obviamente indesejadas. Quem a preço mata a preço morre! Considerando a falta de rentabilidade existente na cadeia de valor, esta nova realidade vem testar a capacidade de gestão das empresas neste contexto adverso, e somente as empresas competentes e com uma proposta de valor adequada conseguirão atravessar esta tormenta.

Em que ano poderemos atingir os níveis de faturação idênticos aos que o setor demonstrou em 2019? 

Esta pandemia trouxe-nos uma enorme incerteza quanto ao futuro, mesmo no curto e médio prazo. Aprendemos que temos de ir alinhando o nosso “azimute” com base nos dados que temos no dia-a- -dia. Numa fase inicial da pandemia, e tendo em conta os elementos que íamos recolhendo do sector, projectávamos uma recuperação em U que nos indicava uma recuperação lenta. Ao dia de hoje, estamos um pouco mais optimistas e esperamos uma recuperação um pouco mais rápida, em V o que nos permite antecipar que se mantivermos a dinâmica do mês de Junho, durante o primeiro semestre de 2021, poderemos recuperar o volume de negócio antes do Covid-19.

Artigo publicado na Revista Pós-Venda n.º 58 de julho de 2020. Consulte aqui a edição.

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